sábado, 18 de setembro de 2010

Ricos e Pobres



Um dia um pai de família rica levou seu filho para viajar para o interior
com o firme próposito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres.
Eles passaram um dia e uma noite na fazenda de uma família muito pobre.
Quando retornaram da viagem o pai perguntou ao filho:
- Como foi a viagem?
- Muito boa Papai...
- Você viu como as pessoas pobres podem ser?! o pai perguntou.
- Sim.
- E o que você aprendeu? - o pai perguntou.
O filho respondeu:
- Eu vi que nos temos um cachorro em casa e eles tem quatro. Nós temos
uma piscina que alcança o meio do jardim, eles tem um riacho que não
tem fim. Nós temos uma varanda coberta e iluminada com luz, eles tem
as estrelas e a lua.
Nosso quintal vai até o portão de entrada, eles tem uma floresta inteira.
Quando o menino estava acabando de responder seu pai ficou estupefato.
O filho acrescentou:
-Obrigado pai, por me mostrar o quanto "pobres" nós somos!.
MORAL DA HISTÓRIA:  Tudo o que você tem depende da maneira como você
olha para as coisas. Se você tem amor, amigos, família, saúde, bom humor
e atitudes positivas para com a vida, você tem tudo!
Se você é "pobre de espírito", você não tem nada!

O Sol e o Vento



" O Sol e o Vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte. O vento disse:-
Provarei que sou mais forte! Vê aquele homem que vem lá embaixo de
capote? Aposto que posso fazer com que ele tire o capote mais depressa que
você.
O Sol recolheu-se atrás de uma nuvem e o vento soprou até quase se
tornar um furacão.
Quanto mais ele soprava mais o homem segurava o capote junto de si.
Finalmente o vento desistiu de soprar e acalmou-se.
Então o sol saiu de trás da nuvem e sorriu para o homem. Imediatamente
ele esfregou o rosto e tirou o capote.
O Sol disse para o vento: - "A gentileza  e o calor são mais fortes do que
a fúria e a força."

A Raposa




Existiu um lenhador que acordava as 6:00 da manhã e trabalhava o dia inteiro
cortando lenha, e só parava tarde da noite.
Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e tinha  um raposa, sua amiga,
tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
 Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.
Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal
selvagem e portanto não era confiável, e quando sentisse fome comeria a criança.
O lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma gande
bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
Lenhador abra os olhos ! A raposa vais comer o seu filho,
Quando sentir fome comerá seu filho.
Um dia o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses
comentários, ao chegr em casa, viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca
totalmente ensanguentada.
O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça da
raposa.
Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo
tranquilamente e ao lado do berço uma cobra morta.
O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.
Se você confia em alguem, não importa o que os outros pensam a respeito,
siga sempre seu caminho e não se deixe influenciar.... mais principalmente nunca
tome decisões precipitadas...e lembre-se sempre de orar pedindo que
o Espírito Santo lhe auxilie em suas decisões.
Jesus confia em você... E você confia Nele?

Pastel, Guaraná e Deus!!!



Havia um pequeno menino que queria se encontrar com Deus.
Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente, portanto ele encheu sua
mochila com pastéis e guaraná e começou sua caminhada.
Quando ele andou umas três quadras, encontrou um velhinho sentado
em banco da praça olhando os pássaros.
O menino sentou-se junto dele, abriu sua mochila,e ia tomar um gole de
guaraná, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, então
ofereceu-lhe o pastel.
O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino.
Seu sorriso era tão incrível que o menino qis ver de novo, então ele ofereceu-
lhe guaraná.
Mais uma ves o velhinho sorriu ao menino.
O menino estava tão muito feliz. Ficaram sentados ali, comendo pastel e
bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro.
Quando começou a escurecer o menino estava cansado e resolvei voltar
para casa, mas antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço no velhinho.
O velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido.
Quando o menimo entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a
felicidade estampada em sua face.
- "O que você fez hoje que o deixou tão feliz?" Ele respondeu.
"Passei a tarde com Deus" e acrescentou "Voce sabe, ele tem o mais lindo
sorriso que eu jamais vi" Enquanto isso, o velhinho chegou em casa radiante, e
seu filho perguntou:
- "Por onde você esteve que o deixou tão feliz?" Ele respondeu  - "Comi pasteis e
tomei guaraná no parque com Deus".
Antes que seu filho pudesse dizer algo ele falou:
"Você  sabe que ele é bem mais jovem do que eu pensava!"

Nunca subsestime a força de um sorriso, o poder de uma palavra, de um ouvido
para ouvir, um honesto elogio, ou até um ato de carinho.
Tudo isso tem o potencial de fazer virar uma vida.
Por medo de diminuir deixamos de crescer.
Por medo de chorar deixamos de sorrir!!!

Os Homens que queriam ver Deus



Quatro homens viviam em clasura rodeados por paredes muitos altas. No alto
da sala havia uma janela por onde entrava um lindo feixe de luz que eles
julgavam ser a luz divina.
Cada um deles havia tentado  por várias vezes alcançar a janela isoladamente
Sem sucesso, chegaram à conclusão de que isso só poderia ser feito em
conjunto.
Talvez um subindo no ombro do outro a pessoa de cima pudesse ver pela
janela.
Mas a grande dúvida era: "Quem seria o primeiro?"
Eles sabiam que era o desejo supremo de cada um deles...
Então Rafael levantou-se dizendo:
"Eu apoiarei vocês"
Após alguns momentos José decidiu:
"Eu serei o próximo"
Finalmente com um suspiro, William levantou-se: -
"Eu ficarei em terceiro" Os três homens olharam para Samuel. Ele seria o
primeiro.
Subiram um nos ombros do outro como haviam combinado.
Samuel colocou o rosto na janela. Passaram alguns segundos e a torre humana
começou a tremer.
Rafael não suportava mais o peso dos outros três.
Cairam num amontoado de pernas e braços.
-"Olhei pela janela - disse Samuel - e vi muitas coisas.
Vi nuvens densas aglomeradas ao longo do céu brilhante.
Observei pássaros voando e cantando.
Havia carvalhos e figueiras em montanhas gramadas.
Senti o vento bater e o sussurro das folhas.
Senti o cheiro do sal no ar.
Vi muitas coisas, mas não vi Deus.
Os homens continuaram sentados em silêncio.
De repente Rafael falou:
- Eu vi Deus - continuou - enquanto eu suportava o peso de vocês e
minhas pernas tremiam e o meu corpo queimava tentando aguentar mais
alguns instantes, eu vi Deus...
Perflexos, os homens refletiram alguns instantes.
Quando José interrompeu o silêncio dizendo:
Enquantoeu tentava manter o equilibrio entre o peso dos que estavam  sobre
meus  ombros, eu vi Deus...
William levantou-se vagarosamente refletindo:
-Quando percebi que estava tão próximo à janela, senti vontade de estar no
lugar de Samuel, mas foi quando ergui os braços o mais alto que pude, para
levantar um amigo, foi ai que eu também consegui ver Deus....

Pegadas na Areia

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um Natal sem Presentes




Estive refletindo sobre o que torna o Natal uma
época tão importante em nossa vida. Tenho idade
suficiente para lembrar-me de muitos Natais. Todos
foram maravilhosos. Mas aprendi que não são apenas
os presentes que os tornam especiais.

O NATAL MAIS FELIZ DE MINHA INFÂNCIA
Quando eu era menino, nossa família era extremamente pobre. Meu pai não tinha emprego porque estava cursando a faculdade de direito na Universidade de Utah. Ele tinha mulher e três filhos. Meu avô e minha avó sabiam que não teríamos Natal se não fôssemos até a fazenda deles no condado de Millard. Portanto, toda a nossa família tomou o trem, saindo de Salt Lake, para Leamington, Utah. Nunca saberei de onde saiu o dinheiro das passagens.
Meu avô e meu tio Esdras foram encontrar-se conosco
na encruzilhada da ferrovia, em Leamington, com um
trenó aberto puxado por grandes cavalos, para levar-nos pela neve alta até Oak City. Fazia muito frio, e os cavalos estavam com o pelo do queixo coberto de gelo e soltavam grandes baforadas de vapor. Lembro-me de como o ar gelado fez meu nariz doer, ficando difícil até para respirar.
Minha avó tinha aquecido algumas pedras e as colocado no fundo do trenó para ajudar a manter-nos aquecidos.
Estávamos enrolados em pesados acolchoados de viagem, apenas com o nariz de fora. Com o acompanhamento dos sininhos atados por correias de couro aos arreios dos cavalos, viajamos musicalmente pelas dez milhas (dezesseis quilômetros) que separavam Leamington de Oak City, onde moravam nossos queridos avós. Havia tantos entes
queridos ali reunidos, que mal podíamos esperar pela
chegada. Quando chegamos, encontramos um lugar cálido, maravilhoso e emocionante.
No canto da sala de estar estava a árvore de Natal: um cedro cortado das pastagens da encosta das montanhas.
Já estava parcialmente decorada pela Mãe Natureza com pequenos frutinhos que ajudavam a perfumar o ambiente.
Nossa decoração era feita de pipocas unidas em cordões com agulha e linha. Os cordões tinham que ser manuseados cuidadosamente, caso contrário rompiam-se e espalhavam pipoca por todo o chão.
Também tínhamos correntes de papel para colocar na
árvore, feitas com recortes de catálogos da Sears e da
Montgomery Ward, colados com pasta de farinha. Ficávamos com as mãos, a face e as roupas cheias de restos daquela pasta grudenta. Eu ficava me perguntando por que não colocavam açúcar nela! Com um pouco de creme poderia ter sido servida como mingau.
Não me lembro de nenhum presente embaixo da árvore.
Ali havia bolas de pipoca feitas com um forte melado
caseiro. Quando mordíamos as bolas de pipocas, elas deixavam um forte gosto na boca.
Na véspera de Natal, reuníamo-nos em volta do fogão,
desfrutando o gostoso calor do fogo e o agradável
aroma da madeira de cedro queimada. Um de nossos tios fez a primeira oração. Cantamos hinos e canções de Natal. Uma de nossas tias leu sobre o nascimento de Jesus e “as novas de grande alegria”. (Lucas 2:10) “Pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lucas 2:11) Nossos avós então nos disseram o quanto nos amavam.
O dia seguinte era Natal e tivemos um jantar delicioso.
Mas antes de comer, ajoelhamo-nos todos para a oração familiar. Eu estava com muita fome. Meu avô orou por muito tempo. Como podem imaginar, ele tinha muito pelo que orar. Ele orou pedindo chuva, porque havia uma seca na região e as colheitas tinham sido pequenas.
As sementes tinham sido plantadas no outono em solo
ressecado. E o pouco que fora colhido não podia ser vendido muito caro devido a baixa de preços causada pela Grande Depressão. Os impostos da fazenda estavam atrasados porque não havia dinheiro para pagá-los. Ele também orou por nossa grande família, por seus rebanhos, cavalos, porcos, galinhas e perus — ele orou por tudo.
Durante a longa oração do meu vovô, meu tio mais
novo ficou impaciente e deu-me um beliscão irreverente,
esperando que eu gritasse para tornar as coisas mais interessantes.
No jantar, foi-nos servido um imenso peru com um recheio delicioso. Não havia aipo no recheio porque só
contávamos com os ingredientes que podiam ser produzidos
na fazenda. Mas o recheio tinha bastante pão, salvia,
salsicha e cebolas. Havia grande quantidade de
batatas, molho, picles, beterrabas, feijões e milho. Como o meu avô trocava trigo por farinha com o moleiro, sempre havia pão recém-saído do forno. Para que a comida rendesse mais, tínhamos que dar uma mordida no pão para cada bocado de outro tipo de alimento. Tínhamos gelatina de cerejas silvestres e geléia de frutinhas silvestres.
Como sobremesa, foi servida uma torta de abóbora e groselha.
Tudo estava delicioso.

DAR E RECEBER PRESENTES
Ao recordar aquele Natal especial ocorrido há tanto
tempo, a parte mais memorável foi que não pensávamos em presentes. Às vezes ganhávamos luvas feitas em casa ou um xale, mas não me lembro de nenhum presente.
Os presentes são maravilhosos, mas descobri que não são essenciais à nossa felicidade. Eu não poderia ter-me sentido mais feliz. Não havia presentes que pudéssemos segurar nas mãos, acariciar ou brincar com eles, mas havia muitas dádivas maravilhosas que não víamos, mas podíamos sentir.
(....)DÁDIVAS VERDADEIRAS
Portanto, quando ajudamos os doentes e vestimos os
nus e auxiliamos ao estrangeiro, estamos dando dádivas pessoais ao nosso Salvador.
Entre essas dádivas verdadeiras estão algumas que
minha família compartilhou naquele Natal de minha infância que lhes contei: a dádiva da paz, a dádiva do
amor, a dádiva do serviço, a dádiva de nós mesmos e a dádiva da fé.
Mensagem completa em A Liahona dez 2001

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nosso Primeiro Natal



ABRAHAM MENES SAGRERO

O Natal estava chegando, mas era evidente para nós
dois, recém-casados, que não teríamos dinheiro
para comprar uma árvore de Natal, enfeites, decoração
ou um bom jantar.
Tínhamos começado sem casa, sem emprego e com
pouquíssimo dinheiro. Mas Deus nos ajudou. Encontramos
um pequeno apartamento, e comecei a procurar emprego.
Como ainda não tinha terminado meus estudos, aceitei
vários empregos como vendedor. Minha renda era pequena,
somente o suficiente para pagar o aluguel e a comida. Saía
bem cedo de casa e às vezes tinha sucesso, às vezes, não.
Quando não conseguia vender, sentia-me derrotado, mas
minha mulher, que estava grávida, sempre me recebia
com um sorriso. Então, as dificuldades pareciam menos
desafiadoras.
No México, a véspera de Natal é até mais comemorada
que o próprio dia de Natal. Quando eu era solteiro, comemorávamos
comendo bacalhau e uma salada com rabanetes,
laranja e amendoim. Mas naquela véspera de Natal, não
sabíamos o que teríamos para o jantar. Sem recursos, tudo
o que tínhamos era só um pequeno fogão a gás, com
um botijão de gás emprestado. Não tínhamos
geladeira nem móveis na sala de estar ou na
sala de jantar, só uma pequena mesa de
madeira que minha avó me dera e algumas
cadeiras que ganháramos de
um amigo.
Quando pensei em nossa
situação, fiquei deprimido.
Mas, lembrando-me de que Deus nunca nos abandona,
humilhei-me como uma criança e busquei-O em oração.
Minha oração foi atendida. Senti paz no coração e
soube que tudo ficaria bem. Abri o porta-malas do meu
carro e encontrei num canto um pedaço de peixe defumado.
Lembrei que vários meses antes tinha ajudado meu
pai a transportar alguns peixes, e aquele pedaço devia ter
ficado ali. Graças ao sal, não tinha estragado.
Mostrei-o à minha mulher, e ela disse que o cozinharia.
Fomos comprar tomates e outros ingredientes. Lavamos o
peixe e o deixamos de molho para tirar o sal.
Naquela noite, à luz de uma pequena lâmpada, sentamo-
nos em volta de nossa pequena mesa de madeira
e lembramo-nos do nascimento de Cristo e de como Ele
havia nascido com ainda menos do que nós tínhamos.
Desfrutamos o mais delicioso jantar que já havíamos
saboreado e nos deitamos cedo. Na manhã seguinte,
ficamos na cama assistindo a filmes de Natal. Foi um dia
muito feliz. Em nossa pobreza, o espírito do Natal iluminou
o nosso pequeno lar e deu-nos esperança e coragem.
Em janeiro, nossa filha nasceu, trazendo ainda mais
alegria para nosso lar.
Muitos Natais se passaram desde aquele período, e já não
nos falta a decoração ou uma árvore de Natal ou o aroma de
pinheiros. Tivemos muitos jantares excelentes com pratos
deliciosos. Mas minha lembrança mais querida é a de nosso
primeiro Natal juntos. Foi o mais pobre, em termos materiais,
mas o mais rico em termos espirituais e eternos: só nós dois,
com nossa filha ainda por nascer e o espírito do Natal. ■

A Liahona dez 2006



E eu disse ao homem no portal do ano:
“Concede-me uma luz, para que eu
possa caminhar segura rumo ao
desconhecido!
E ele replicou:
“Segue pela escuridão e põe tua mão na
mão de Deus.
Há de ser para ti melhor do que luz e
mais seguro que uma senda
conhecida.”

Minnie Louise Haskins

A Verdadeira Beleza

Um simples encontro mostrou-me o significado
de ser bela a meu próprio modo
 ROSALYN COLLINGS

Um dos meus cartazes favoritos impressos
nas revistas da Igreja mostra um
belo jarro com rosas e uma única
margarida ao centro. A legenda diz: “Seja
Bela a Seu Próprio Modo”. (Ver
A Liahona, abril de 1987, p. 34.) Sintome
muitas vezes como aquela margarida:
uma pessoa de aparência
relativamente normal perdida
num mar de beleza estonteante. Mas
estou aprendendo aos poucos
que há diferentes tipos de beleza e que o mais importante
não é a beleza exterior, mas sim a interior.
Certo dia, na escola, enquanto comia um lanche
e estudava para a aula seguinte, observei
um grupo sentado ali perto conversando e
rindo. Uma jovem em particular chamoume
a atenção. Ela era alta, tinha belos cabelos
escuros, pele morena e maçãs do rosto
salientes. A aparência dela era tão diversa da
minha face pálida e sardenta, do meu cabelo vermelho,
quanto eu podia imaginar. Ela era uma das
pessoas mais bonitas que eu já vira.
Depois de alguns minutos, o grupo levantou-se
para sair. A jovem que eu olhava, entretanto, parou.
Fiquei um pouco embaraçada, pensando que ela podia
ter-me notado olhando fixamente para o grupo. Então
algo extraordinário ocorreu.
“Desculpe-me incomodá-la”, disse ela, “mas gostaria de
dizer-lhe que você é muito bonita.”
Após uma pausa para recuperar-me da surpresa, comecei
a rir. “Eu estava pensando o mesmo de você!”
Depois que ela se foi, continuei a pensar sobre o episódio.
Nós havíamos achado belas as nossas diferenças.
Naquele momento compreendi que não existe um
padrão único de beleza.
Desde aquela época, tenho pensado sobre como nosso
Pai Celestial nos vê. Presumo que devemos ser belos a
Seus olhos, pois somos Seus filhos. E essa herança divina
é muito mais importante do que a beleza física.
Nosso Pai Celestial não Se importa com a beleza
de nossos cabelos ou de nossa pele — mas Ele Se
importa com o nosso coração. Quando tentamos
vigorosamente experimentar uma “poderosa mudança
em [nosso] coração”, podemos ser abençoados para receber
“sua imagem em [nosso] semblante”. (Alma 5:14) Esse
brilho interior é que nos faz verdadeiramente belos. ■
Rosalyn Collings é membro da Ala State College, Estaca Altoona
Pensilvânia.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cartões de Marilene

Cartões de Marilene

A Virtude da Bondade




ÉLDER JOSEPH B. WIRTHLIN
Do Quórum dos Doze Apóstolos

A bondade é a essência da vida celestial. A bondade é como
as pessoas com atributos cristãos tratam o próximo.


Certa vez, conversamos com um
homem de uns 50 e poucos anos,
um respeitado mecânico. Ele contou-
me que a última vez em que
havia ido à Igreja ele ainda era
menino. Alguma coisa aconteceu
naquele dia. Ele não estava se comportando
bem na classe e estava
fazendo barulho demais, até que seu
professor ficou zangado, levou-o
para fora da classe e disse-lhe para
não voltar mais.
E ele nunca mais voltou.
Surpreendeu-me que uma palavra
ríspida proferida há mais de quatro
décadas tivesse causado um efeito tão
profundo. Mas assim foi. E, como conseqüência,
esse homem nunca mais
voltou para a Igreja, bem como sua
esposa e filhos.
Pedi-lhe desculpas e expressei
minha consternação por ele ter sido
tratado de tal maneira. Disse-lhe
como era lamentável que uma palavra
proferida num momento de descontrole,
e há tanto tempo, tivesse
causado um efeito tão profundo, a
ponto de privar sua família das bênçãos
que advém da atividade na
Igreja.
“Depois de 40 anos”, disse-lhe:
“está na hora da Igreja reparar esse
erro.”
Fiz o que pude para reparar o erro.
Enfatizei que ele era bem-vindo e
necessário. Fiquei muito feliz quando
esse homem e sua família finalmente
voltaram para a Igreja e tornaram-se
membros fiéis e fortes. Esse bom
homem, particularmente, tornou-se
um mestre familiar eficaz porque compreendeu
como algo tão pequeno e
como uma palavra rude teve conseqüências
que se estenderam por toda
uma vida e talvez até além dela.
A bondade é a essência da grandeza
do espírito e a característica fundamental
dos homens e mulheres
mais nobres que já tive a oportunidade
de conhecer. A bondade é a
chave que abre portas e molda os
bons amigos. Ela suaviza corações
e molda os relacionamentos que
podem perdurar a vida toda.(...)
A bondade é a essência da vida
celestial. A bondade é como as pessoas
com atributos cristãos tratam o
próximo. A bondade deve permear
todas as nossas palavras e ações no
trabalho, na escola, na Igreja e especialmente
em nosso lar.(...)
Quando estamos com o coração
cheio de bondade, não somos críticos.
O Salvador ensinou: “Não julgueis,
e não sereis julgados; não
condeneis e não sereis condenados;
soltai e soltar-vos-ão”.4 Ele ensinou
também que: “com o juízo com que
julgardes sereis julgados, e com a
medida com que tiverdes medido vos
hão de medir a vós”.5
“Mas”, você pode perguntar, “e se
as pessoas forem rudes?”
Ame-as
“Se elas forem muito irritantes?”
Ame-as
“Mas, se elas forem ofensivas?
Certamente nesse caso, eu tenho
que fazer alguma coisa?”
Ame-as
“Se pecaram?”
A resposta é a mesma.
Seja bondoso.
Ame-as
Por quê? Nas escrituras o Apóstolo
Judas ensinou: “E apiedai-vos de
alguns, usando de discernimento”.6
Quem pode prever o alcance futuro e
o impacto causado, se apenas formos
bondosos?
Meus irmãos e irmãs, o evangelho
de Jesus Cristo transcende a mortalidade.
Nosso trabalho aqui é apenas
uma pequena amostra das coisas
grandiosas e que não podemos nem
imaginar e que estão para vir.
Discurso completo na A Liahona Maio 2005

Minha Amiga Linda “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).

HEIDI RENOUF BRISCO
Inspirado numa história verídica

As pessoas raramente subiam o ladeirão para ir até minha
casa. O sorveteiro não se dava ao trabalho de subir uma
ladeira tão íngreme, o jornaleiro recusava-se a subir de 

bicicleta para entregar o jornal, e até meu cachorro nunca 
fugia, porque teria
que subir a ladeira para voltar para
casa! Mas, ao menos uma vez por
semana, Linda subia bufando, ofegante o ladeirão
para ir a minha casa.
Linda era uma senhora de certa idade, cheia de
corpo, de cabelos curtos, pretos e brancos, como sal e
pimenta. Algumas pessoas da vizinhança diziam que ela
era deficiente, mas minha mãe me dizia que era especial.
Por dentro, ela ainda era uma menina. Sempre que
Linda vinha-nos visitar, ela nos cumprimentava com um
forte abraço e um beijo no rosto. Não conseguíamos
ficar sem rir quando estava por perto.
Um dia, Linda subiu a ladeira toda alegre e entrou
correndo em casa. Ela nunca batia à porta nem tocava
a campainha; apenas entrava e dizia: “A Linda chegou!”
Naquele dia, ela estava tão entusiasmada que agarrou
meu irmão Roy e dançou com ele pela sala, exclamando:
“Fui convidada para o Baile de Inverno! A Linda
foi convidada para o baile!”
O Baile de Inverno era um baile muito elegante para
as pessoas que freqüentavam a escola de Linda. Ela
estava tão empolgada para usar traje a rigor que não
falava de outra coisa. “Quero usar um
vestido vermelho, grande e bufante,
brilho no cabelo e sapatos vermelhos
brilhantes”, disse ela. “Quero
usar rosas no cabelo também. Você
gosta de vermelho, Cátia?”
“Eu gosto de vermelho, mas prefiro
rosa”, respondi sinceramente.
“Eu prefiro vermelho. Sempre quis
usar um vestido vermelho maravilhoso
e ficar bem elegante.”
Mamãe ofereceu-se para costurar o vestido dos
sonhos da Linda. Compramos um par de sapatos na
ponta de estoque e colamos glitter neles para que brilhassem.
Toda vez que Linda experimentava o vestido
e os sapatos, chorava ao ter que tirá-los. Ela gostava de
ficar tão linda por fora quanto era por dentro.
Finalmente chegou o dia do Baile de Inverno. Era um
dia de aula normal para mim, mas eu estava entusiasmada
com a grande festa de Linda. Na hora do lanche,
sentei-me do lado de fora com minhas amigas. A distância,
ouvi alguém gritar meu nome. “Cátia! Cátia! Minha
melhor amiga! Olhe para mim, Cátia! Estou tão bonita!
Olha o meu lindo vestido, bufante e brilhante. Olha a
sua amiga Linda! Estou toda elegante. A Linda está bem
aqui. Olha só, Cátia!”
Vi Linda acenando do outro lado da rua, toda arrumada.
Ia acenar para ela, mas reparei na expressão das
minhas amigas. Elas pareciam surpresas.
“Você conhece aquela mulher esquisita?” Perguntou
Natália. “Ela anda pelo bairro inteiro. Minha mãe diz que
ela é maluca.”
Balbuciei uma resposta qualquer.
Então Kelly acrescentou: “Eu sempre vejo essa
mulher andando aí pelo bairro também. Olha o vestido
dela, que horroroso! Ela está tão engraçada!” Todas
começaram a rir.
Natália deu um sorriso de desdém e perguntou:
“Então você conhece essa maluca? Ela é sua melhor
amiga ou coisa parecida? Como é que ela sabe o seu
nome?”
Do outro lado, Linda ainda me acenava, mas
tinha parado de gritar.
Percebi que ela ficou triste porque eu não acenei para
ela. Fiquei sentada em silêncio por um instante. “É (...)
Acho que ela sabe o meu nome porque passa pela
minha casa e ouve a minha mãe me chamar”, disse eu,
mentindo. “É claro que não a conheço”.
Kelly, Natália e as outras meninas pareceram aliviadas
e continuaram a zombar dela. Senti-me horrível. Não tive coragem de olhar para Linda do outro lado da rua.
Nem consegui acabar de almoçar; não consegui
mais falar. Sabia que tinha feito algo errado.
Quando me batizei no ano anterior, prometi tentar
ser como Jesus Cristo, e o Espírito Santo estava me
dizendo agora que eu tinha quebrado essa promessa.
Jesus amava Linda e nunca a trataria dessa maneira, e Ele
me amava e jamais iria querer que eu agisse dessa forma.
Quando as meninas começaram a guardar as coisas
do lanche, eu levantei. “Espera! Eu sou amiga daquela
mulher”, exclamei subitamente. “O nome dela é Linda,
e ela é amiga da minha família. Não a tratem mal. Ela é
especial e nós a amamos”. Algumas das garotas deram
um risinho disfarçado, mas outras disseram que também
tinham amigas especiais como Linda.
Linda estava sentada no meio fio, cabisbaixa, olhando
para os seus sapatos brilhantes. Agora era a minha vez de
gritar e acenar. “Linda, Linda, minha melhor amiga. Olha
para mim! Você está tão linda! Está uma dama muito elegante,
Linda! Olha só o seu vestido lindo, bufante e brilhante!
Olha para a sua amiga. Estou bem aqui!”
Linda levantou a cabeça, sorriu e acenou. Quanto
mais eu acenava e gritava, mais ela acenava e sorria.
Logo nós duas estávamos pulando, acenando, jogando
beijos e sorrindo. Tínhamos chamado a atenção de
todos os alunos que estavam lá fora, e eles ouviram-me
dizer que Linda era minha amiga.
A Linda se divertiu muito no Baile de Inverno.
Ela estava mesmo muito
elegante! Minha mãe e eu
nos oferecemos para servir
o ponche no baile, para
poder vê-la se divertir.
Depois do baile,
mamãe, Linda e eu subimos
o ladeirão até a minha
casa. Pedi desculpas a
Linda por ter demorado a
acenar para ela. Ela parecia
nem se lembrar daquilo, e
eu pensei na minha sorte
em ter uma amiga que
perdoava tão facilmente.
Nossa caminhada até
minha casa foi ótima, só
minhas melhores amigas e eu. De algum
modo, com as duas ao meu lado, nem foi tão difícil
assim subir o ladeirão da minha casa. ●
Heidi Renouf Brisco é membro da Ala Woodland Park, Estaca Los
Altos da Califórnia.A16
    “[Algumas pessoas] podem parecer diferentes                                     
mover-se de um modo estranho e falar com dificuldade,
mas têm os mesmos sentimentos que qualquer
outra pessoa. (...) Elas querem ser amadas
pelo que são.”
Presidente James E. Faust, Segundo Conselheiro na
Primeira Presidência, “The Works of God”, Ensign,
novembro de 1984, p. 59.