sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um Presente de Natal


No início da década de 1930, Margaret Kisilevich e sua irmã Nellie deram um presente de Natal a seus vizinhos, a família Kozicki, que ficou gravado em sua memória por toda a vida e se tornou fonte de inspiração para a família inteira.
Na época, Margaret e Nellie moravam em Two Hills, Alberta, Canadá — uma comunidade rural povoada principalmente por imigrantes ucranianos e poloneses, a maioria muito pobre e com família numerosa. Era a época da Grande Depressão.
A família de Margaret era formada por pai, mãe e 15 filhos. A mãe de Margaret era industriosa e seu pai, empreendedor — e com tantos filhos, tinham mão-de obra garantida em casa. Assim, a casa estava sempre aquecida e, apesar das condições humildes da família, nunca passaram fome. No verão, cultivavam uma horta enorme, faziam chucrute, queijo cottage, coalhada e picles a fim de fazerem trocas com os vizinhos. Também criavam galinhas, porcos e gado de corte. Tinham pouco dinheiro no bolso, mas podiam trocar essas mercadorias por outras
que não produziam.
A mãe de Margaret tinha amigos que tinham emigrado com ela do mesmo país. Esses conhecidos tinham um grande
armazém, que se tornou um verdadeiro mercado, em que as  pessoas da região doavam ou trocavam roupas e sapatos usados e outros objetos. Muitos desses artigos de segunda mão chegavam às mãos da família de Margaret.
Os invernos na província de Alberta eram muito frios, longos e penosos e, em certo inverno particularmente gelado e difícil, Margaret e sua irmã Nellie se deram conta da pobreza de seus vizinhos, a família Kozicki, cuja fazenda ficava
a alguns quilômetros de distância.
Sempre que o pai da família Kozicki levava os filhos à escola em seu trenó improvisado, ele entrava no prédio para se esquentar perto da estufa antes de voltar para casa.
Os calçados da família consistiam em trapos e sacos grosseiros cortados em faixas e enrolados em volta das pernas e pés, com enchimento de palha e amarrados com cordas.
Margaret e Nellie resolveram convidar a família Kozicki, por intermédio dos filhos, para a ceia de Natal. E decidiram não falar do convite a ninguém de sua própria família.
Chegou a manhã de Natal, e todos da família de
Margaret estavam ocupados com os preparativos para o
banquete do meio-dia. O enorme porco assado entrara no forno na noite anterior. O repolho, as rosquinhas, as tortas de ameixa e o ponche especial de açúcar queimado tinham sido preparados um pouco antes. O cardápio terminaria com chucrute, picles, verduras e legumes. Margaret e Nellie ficaram encarregadas de preparar as verduras
A Nae legumes, e a mãe não parava de perguntar por que estavam descascando tantas batatas, cenouras e beterrabas.
Sem responder, simplesmente continuaram o trabalho.
O pai foi o primeiro a ver uma parelha de cavalos e um trenó com treze pessoas que se encaminhavam para sua casa. Como adorava cavalos, os reconheceu de longe.
Perguntou à esposa: “Por que a família Kozicki está vindo para cá?” A resposta foi: “Não sei”.
Quando chegaram, o pai de Margaret ajudou o Sr. Kozicki a guardar os cavalos. A Sra. Kozicki abraçou a mãe de Margaret e agradeceu por convidá-los para o almoço de Natal. Todos entraram, e as festividades começaram.
Os adultos comeram primeiro e, depois de lavada a louça, foi a vez das crianças, que almoçaram em turnos.
Foi um banquete maravilhoso, ainda melhor por ter sido partilhado. Depois de se fartarem, todos cantaram juntos hinos de Natal e em seguida os adultos foram conversar.
A Caridade em Ação 
 Margaret e Nellie levaram as crianças dos vizinhos para o quarto e tiraram de debaixo das camas várias caixas cheias de roupas de segunda mão, doadas pelos comerciantes amigos de sua mãe. Formou-se uma alegre
confusão, com um desfile de moda improvisado e todos escolhendo as roupas e sapatos que queriam. As crianças fizeram tanto barulho que o pai de Margaret foi até lá para
ver do que se tratava. Ao ver a felicidade das filhas e a alegria das crianças da família Kozicki com as “novas” roupas, sorriu e disse: “Podem continuar”. Ainda no meio da tarde, antes de anoitecer e esfriar demais com o pôr-do-sol, a família de Margaret se despediu dos amigos, que foram embora bem alimentados, bem
vestidos e bem calçados. Margaret e Nellie nunca contaram a ninguém que
tinham convidado a família Kozicki, e o segredo perdurou até o Natal de 1988, quando Margaret Kisilevich Wright, aos 77 anos, revelou o segredo à família pela primeira vez.
Disse que tinha sido seu melhor Natal de todos os tempos.
Se quisermos ter o melhor Natal de todos os tempos, devemos ouvir o som das sandálias nos pés do Mestre.
Devemos dar a mão ao Carpinteiro. A cada passo que dermos em Seu rastro, deixaremos para trás uma dúvida e aprenderemos uma nova verdade.
Escreveu-se sobre Jesus de Nazaré que crescia “em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”. 7 Estamos determinados a fazer o mesmo? Uma
passagem das escrituras sagradas contém um tributo a nosso Senhor e Salvador, de quem se disse que “andou fazendo bem (…); porque Deus era com ele”.
Minha oração é que, neste Natal e em todos os Natais futuros, sigamos Seus passos. Assim, cada Natal será o melhor de todos.
 Liahona  dez 2008

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