terça-feira, 2 de novembro de 2010

COMO O LIVRO DE MORMON ME ENCONTROU






Kwame Opare 

Há alguns anos, entrei em uma livraria em Kumasi, Gana. Ao
percorrer as estantes, examinando um livro aqui, outro ali, encontrei um livro de capa azul claro, muito gasta e desbotada. O título era O Livro de Mórmon. Eu o apanhei, tirei o pó e li algumas frases. Não entendi o que li, e não consegui relacioná- lo à Bíblia. Mas enquanto o
segurava, tive a impressão de que era um livro de escrituras. No entanto,
Tentei ler alguns versículos, mas não os entendi. Como fizera antes, coloquei- o de volta na estante.
Olhei vários outros livros, até que, pela terceira vez, voltei ao Livro de Mórmon.
Abri-o e encontrei um capítulo chamado Mosias. Ele está na Bíblia? perguntei-me. 
Meu conhecimento das escrituras começava e terminava na Bíblia. Aquele livro azul me confundia. Senti como se houvesse uma batalha sendo travada
dentro de mim. Nunca o tinha visto antes, mas senti que já o conhecia.
Pouco depois, vi-me comprando o livro.
Por muitos anos, O Livro de
Mórmon permaneceu em minha estante, sem ser lido. Tentei lê-lo
algumas vezes, mas simplesmente não consegui sentir afinidade por ele.
Mais tarde, mudei-me de Gana para a Alemanha. Quando ali cheguei, comecei a procurar um local de adoração. Freqüentei diversas igrejas, mas nunca me senti à vontade.
Por fim, comecei a orar e jejuar para saber onde deveria adorar. Um mês inteiro se passou antes que eu recebesse a resposta.
Havia pessoas de diversos países morando em meu prédio. Entre eles, destacava-se um casal que às vezes visitava meu amigo. Não eram ricos, mas preocupavam-se conosco de várias maneiras. Certo dia, convidaram
meu amigo a ir para a igreja com eles, e ele convidou-me a ir também.
Perguntei: “A que igreja estamos indo?”
Ele respondeu que iríamos para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Disse que iria com ele, desde que eles pregassem a respeito
de Cristo.
O dia chegou, e fomos à Igreja. Olhei em volta em meio àquela multidão
de pessoas desconhecidas.
Minha primeira impressão foi uma sensação de calor humano e de que  eu fazia parte daquele grupo.
Também fiquei feliz por ver jovens ministrando o sacramento. Nunca tinha visto nada assim em nenhum outro lugar.
Depois da reunião sacramental, as pessoas que estavam visitando pela
primeira vez foram convidadas a assistir à aula de Princípios do Evangelho. 
O tema da aula daquele dia foi a natureza eterna das famílias.
Fiquei muito emocionado com tudo o que ouvi. Senti que a aula passou
muito rápido. Perguntei ao professor
se ele iria continuar com o mesmo assunto na semana seguinte, e ele respondeu que sim. Decidi voltar no domingo seguinte.
A reunião seguinte era a do sacerdócio.
A aula foi sobre a administração dos recursos financeiros da família. Que igreja incrível! pensei eu.
O evangelho e a administração do lar, tudo junto!
Depois da reunião sacramental, o casal que nos levara à igreja, percebendo meu interesse, perguntou-me se eu gostaria de receber  algumas aulas sobre o evangelho restaurado.
“Claro”, disse eu. Então, enquanto desfrutava o espírito das reuniões daquele dia, lembrei-me de repente daquela loja em que tinha comprado um velho e gasto exemplar do Livro de Mórmon. O que havia acontecido naquela loja, algo que na época me pareceu pouco importante e ficou esquecido por tanto tempo, passou a ter um grande significado para mim.
Minhas aulas começaram e continuaram sem interrupção. Foi uma
alegria aprender o evangelho com aquele casal de missionários. Eles me tratavam não apenas como um irmão, mas como um filho. As aulas
terminaram, e fui batizado.
Refleti muito sobre esses dois acontecimentos distintos porém relacionados entre si. Por que alguém entraria em uma loja, encontraria um livro velho com um título estranho, leria algumas frases que não
conseguiu entender e depois compraria o livro? Isso faz algum sentido?
Mesmo assim, creio que muito daquilo que a simples razão não pode
explicar, na verdade, faz muito sentido para o Senhor. Ele prepara nosso caminho e, quando estamos prontos para receber Sua palavra, Ele nos conduz às pessoas certas e às situações certas. Freqüentemente, muito
antes de começarmos a procurar Deus, Ele está nos procurando.

Kwame Opare é membro da ala quatro de
Munique, estaca Munique Alemanha.
 A Liahona fev2001

Nenhum comentário:

Postar um comentário