quarta-feira, 29 de junho de 2011

SILÊNCIO...




"Ah, o desperdício de falar, quando há tanta
coisa a ouvir de quem nada tem a dizer. Às
vezes somos como o grito de uma serraria,
escondendo o solo perfeito de um violino. Só é
preciso prestar atenção e ficar em silêncio, para
escutar a música que vem do mundo. Nela
estão as respostas que procuramos, e nela está a
certeza de que todas as perguntas são fúteis
quando somos felizes."

(Do livro: O som do silêncio
- de Luiz Carlos Lisboa)

terça-feira, 29 de março de 2011

CRESCER NO SENHOR

Conferência Geral Abril 2006

 

Anne C. Pingree
Second Counselor in the Relief Society General Presidency


Anne C. Pingree
O firme propósito de servir às pessoas, mesmo em situações difíceis, é algo exigido daqueles que realmente desejam “crescer no Senhor”.

Há alguns meses, eu estava andando de carro com duas corajosas missionárias mais velhas que estavam decididas a encontrar o apartamento de um membro da ala que ficava bem no centro de uma cidade, no Leste dos Estados Unidos. Enquanto eu estava ali sentada no banco traseiro contendo a respiração, o sistema de orientação GPS do carro ficava constantemente apitando: “Rota errada, rota errada!” Sem se abalar, a missionária que estava lendo o mapa continuou sugerindo um caminho após outro no labirinto de ruas da cidade até que finalmente encontramos a casa da irmã a quem tínhamos prometido ensinar a ler e escrever.
Em suas ações e atitudes, aquelas maravilhosas irmãs incorporavam algo que é muito mais do que um reflexo de seus anos de vivência. Elas demonstravam a verdadeira maturidade espiritual.
Helamã, o grande profeta do Livro de Mórmon, deu a seus filhos o nome de Néfi e Leí por causa de seus antepassados, e eles “principiaram a crescer no Senhor”. 1 Jovens ou idosos, todos precisamos fazer o mesmo.
Essa idéia de crescer no Senhor é muito forte para mim. Ao contrário do processo de crescimento físico, não amadurecemos espiritualmente até que decidamos, tal como descreveu o Apóstolo Paulo, “[acabar] com as coisas de menino”. 2
A oração e o estudo das escrituras diários, o cumprimento dos mandamentos e convênios feitos no batismo e no templo são essenciais ao crescimento no Senhor. Aprendemos a andar em Seus caminhos ao fazermos as coisas que nos aproximam do Pai Celestial e ao ensinarmos nossos filhos e outras pessoas a fazerem o mesmo. “[Abandonamos] as coisas de menino” quando decidimos tornar-nos semelhantes a Cristo e servir ao próximo como Ele gostaria que fizéssemos.
Quando a Igreja foi organizada nesta dispensação, o Senhor explicou que aqueles que [fossem] “recebidos pelo batismo na sua igreja” seriam, em parte, os que estivessem “dispostos a tomar sobre si o nome de Jesus Cristo, tendo o firme propósito de servi-lo até o fim (…)”. 3 Isso significa permanecer “firmes e inamovíveis, sobejando sempre em boas obras” 4 a cada dia de nossa vida. Hoje, à medida que a Igreja cresce em 170 países do mundo inteiro, o firme propósito de servir às pessoas, mesmo em situações difíceis, é algo exigido daqueles que realmente desejam “crescer no Senhor”. Essa expansão da Igreja significa que muitos de nós teremos oportunidades de servir os recém-conversos.
Participei de um exemplo memorável desse firme propósito de servir os recém-convertidos ao evangelho, quando acompanhei aquelas dedicadas missionárias em seus incansáveis esforços de encontrar e ajudar uma viúva de quase 80 anos e uma mãe, de 60 anos, que criou os filhos sozinha. Também testemunhei outro exemplo disso naquela mesma ala.
Aquela ala era formada por membros de muitas faixas etárias, de vários países, todos com situação financeira e experiência na Igreja variadas. Alguns dos membros mais experientes na Igreja eram casais universitários atarefados com muitos afazeres e uma família jovem para cuidar.
Vi uma jovem mãe que servia como professora visitante orientando as irmãs recém-convertidas da ala. Enquanto o marido cuidava do bebê, ela demonstrava carinho e atenção para com as duas irmãs africanas. Essa atenção envolvia ensinar aquelas irmãs não apenas a viverem em um novo país mas também a adaptarem-se a sua nova religião.
Por meio do exemplo, ela ensinou àquelas irmãs africanas como o Senhor deseja que nos sirvamosqueridos”. 5 A cada visita, a jovem orientadora levava alegria, uma ajuda cordial e a mensagem das professoras visitantes. mutuamente. As palavras do Apóstolo Paulo descrevem ternamente o que vi na atitude daquela orientadora para com essas irmãs recém-convertidas: “Antes fomos brandos entre vós, (…) sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas; porquanto nos éreis muito
Com o tempo, as irmãs passaram a preparar juntas a mensagem das professoras visitantes que compartilhariam na casa de outras irmãs. Avaliando as necessidades, prestando serviço imediato nas visitas, elas se tornaram verdadeiras irmãs da Sociedade de Socorro, comprometidas a elevar, consolar e incentivar umas às outras. Duvido que eu venha a ouvir a frase “corações entrelaçados em unidade e amor”, 6 sem pensar naquelas três mulheres felizes e amorosas, que demonstraram, por meio de seu firme propósito de servir, o que significa “crescer no Senhor”.
Além do firme propósito de servir, outra maneira pela qual decidimos crescer no Senhor é por meio de nossa disposição de “prosseguir com firmeza” 7 na fé, mesmo que não saibamos bem o que fazer. Pensem no relato de Néfi quando lhe foi ordenado que construísse um navio. Ele então relatou:
“E aconteceu que o Senhor me falou, dizendo: Tu construirás um navio da maneira que eu te mostrarei (…)
E eu disse: Senhor, aonde irei a fim de encontrar minério para fundir e fazer ferramentas (…)?” 8
Néfi não questionou a tarefa a ser realizada. Em vez disso, naquela situação, ele demonstrou, como em outras ocasiões, sua visão espiritual amadurecida: “E assim vemos que os mandamentos de Deus devem ser cumpridos. E se os filhos dos homens guardam os mandamentos de Deus, ele alimenta-os e fortalece-os e dá-lhes meios pelos quais poderão cumprir as coisas que lhes ordenou (…)”. 9 Em resumo, Néfi procurou uma solução em vez de impedimentos, porque sabia — ele sabia — que no processo de crescimento no Senhor, Deus pode e vai ajudar-nos a cumprir todo mandamento que recebermos.
Naquela mesma ala, do centro da cidade, observei esse mesmo tipo de fé no cuidado amoroso e gentil de um bispo que não perdia tempo se desesperando com as imensas necessidades de um número cada vez maior de recém-conversos. Em vez disso, ele prosseguia com firmeza convocando os membros mais experientes dos quóruns do Sacerdócio Aarônico e de Melquisedeque a ajudarem no preparo dos recém-conversos da África e da América Latina para suas responsabilidades no sacerdócio. Foi ensinada aos irmãos mais novos a maneira de segurar a bandeja ao distribuírem o sacramento, a forma de ajoelharem-se e reverentemente abençoarem o pão e a água. Seus irmãos mais experientes, e freqüentemente mais jovens, praticavam com eles as palavras das orações sacramentais, para que se sentissem mais confiantes quando as proferissem. Então, juntos, todos os irmãos trocavam idéias sobre a natureza sagrada daquela importante ordenança do sacerdócio.
Todos já tivemos experiências em que precisamos demonstrar nosso firme propósito de servir as pessoas e nossa disposição de prosseguir com firmeza na fé. Quando meu marido me ligou para dizer-me que nosso chamado missionário tinha sido mudado para uma desafiadora designação na África, respondi: “Posso fazer isso. Acho que consigo fazer isso”. Demonstrei com minhas palavras o meu compromisso de prosseguir com firmeza na fé — confiando novamente que o Senhor me ajudaria. Eu estava demonstrando minha disposição de “crescer no Senhor”.
Tal como aquele bispo fiel, aquelas irmãs dedicadas e eu testificamos que, nesse processo contínuo de crescer no Senhor, nos será pedido que façamos tudo o que pudermos, e em alguns casos até mais do que sabemos fazer. Os desafios podem ser formidáveis e o caminho, muitas vezes, desconhecido. Mas a despeito dos erros inevitáveis, todos os que se esforçarem para ser verdadeiramente semelhantes a Cristo — com o firme propósito de servir ao próximo e disposição de prosseguir com firmeza na fé — poderão compreender esta grande verdade espiritual que Néfi expressou ao continuar a construir o navio: “E eu (…) orava freqüentemente ao Senhor; por isso o Senhor me mostrou grandes coisas”. 10 “Grandes coisas” serão mostradas — que dádiva, que bênção para aqueles que decidirem “crescer no Senhor”! Que nossa vida seja repleta de gentil, amorosa e firme maturidade espiritual, é minha humilde oração, em nome de Jesus Cristo. Amém.
  1. 1. Helamã 3:21.
  2. 2. I Coríntios 13:11.
  3. 3. D&C 20:37.
  4. 4. Mosias 5:15.
  5. 5. I Tessalonicenses 2:7–8; grifo da autora.
  6. 6. Mosias 18:21.
  7. 7. 2 Néfi 31:20; grifo da autora
  8. 8. 1 Néfi 17:8–9.
  9. 9. 1 Néfi 17:3.
  10. 10. 1 Néfi 18:3.

Professoras visitantes

sexta-feira, 18 de março de 2011

TODO O MEU AMOR



Todo o meu amor...
Mergulhei no verde bonito,
dos teus olhos...
Tentando encontrar o amor,
e cheguei até teus sonhos,
só então compreedi a sua dor...
Percebi seu coração fechado,
mas mesmo assim, resolvi
aproximar-me dele com todo
cuidado e fui ficando lado a lado...
Então, aos poucos fui libertando,
seu coração de todas as trancas.
E sutilmente pedi para você abrir,
uma pequena fresta...
E, aos poucos, fui adentrando-me,
atravez dela e semeando todo o
meu amor.
Todo o meu carinho...
E quando eu ia saindo, você
pediu-me para ficar.
(Valquíria Cordeiro)

domingo, 6 de março de 2011

ALEGRIA

Aquele que transforma em beleza todas as
emoções, sejam de melancolia, de tristeza,
prazer ou dor, vive na perpétua alegria.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A VIDA



A vida tem cores que por vezes não percebemos ,
tem sons que nem sempre ouvimos,
tem sabores que não provamos,
armadilhas que nós mesmos armamos,
e caminhos, muitos caminhos,
que ainda não percorremos.


Paulo Roberto Gaefke

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ESPECIARIA RARA




Há temperos que se prendem à minha boca
Num paladar misterioso e sem pêjo.
Canela em pau,cravo da India, menta ardida,
Pimenta malagueta, gengibre, alecrim.
Pequi exótico, manjericão e anis estrelado.
Louro, tomilho, salsinha, páprica picante,
Pimenta do reino, sálvia, hortelã e erva doce.




Tantos sabores de incontáveis talentos
Ardidos, acres, doces, azedos, perfumados.
Prazeres sensuais destinados a mim.
Mas... Meu amor de gosto raro,
Nenhum se compara à delicia do teu beijo.




-Helena Frontini-





MEMÓRIAS...





A casa de minha infancia banhada de sol e orvalho.
Passarinhos afinados em coro com galinhas esganiçadas.
Um sino repicando ao longe,na igrejinha distante.
E eu, criança assanhada, correndo pela varanda entelada.
Na cozinha,cascas de laranjas,penduradas...
Meu pai sempre dizia que perfumavam a casa.
Flores em latinhas de conservas,tão belas!
Nunca precisaram de ostentação para florir...
A mesa posta, com todos os pratos...nenhum faltando.
A comida cozinhando no fogão...Cheiro bom!
É domingo,dia de macarrão!



-Helena Frontini-

FLORES


Quando as flores se calarem diante de nossos olhos surdos
e o perfume desaparecer de nossas narinas
talvez sejamos capazes não mais de perceber a vida.
Porque o silêncio das flores é o silêncio das almas
a ausência do perfume é o vazio do espírito
a incapacidade de vermos a flor que se resseca
diante de nossos olhos.
A flor que se esvai em pálidas pétalas
é nossa incapacidade de sentir a vida.
Porque vem das flores a verdadeira beleza
é delas que emanam a sensibilidade
e a fragilidade tão necessárias à vida!!
*extraido do texto-Alessandro Eloy Braga*

AMOR

 
 
"...O melhor amor é aquele que acorda a alma
e nos faz querer mais,
que coloca fogo em nossos corações..."
(Diário de uma paixão)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O TRABALHO


 "O trabalho é o antídoto para a ansiedade, um bálsamo para a tristeza e um portal para as possibilidades. Sejam quais forem nossas condições de vida, meus queridos irmãos, façamos tudo o que pudermos e cultivemos uma reputação de excelência em tudo o que fizermos. Vamos deixar a mente e o corpo prontos para a gloriosa oportunidade de trabalho que cada novo dia nos apresenta. Quando nosso carroção fica atolado na lama, é mais provável que Deus ajude o homem que desce e o empurra do que o homem que apenas ergue a voz em oração, por mais eloquente que seja. O Presidente Thomas S. Monson disse o seguinte: ‘Não basta termos o desejo de realizar o esforço e dizermos que o faremos. (…) É na prática, e não só nas palavras, que concretizamos nossas aspirações. Se adiarmos constantemente as nossas metas, nunca as veremos realizadas‘.” 
Dieter F. Uchtdorf, “Dois Princípios para qualquer economia”, A LIAHONA, Nov 2009, 55–58

SAGRADO NATAL

O Natal nos faz lembrar-nos Dele e de Sua
infinita generosidade. A lembrança de Sua
generosidade nos ajudará a sentir e a seguir
a inspiração de que há pessoas que precisam
de nossa ajuda, e fará com que vejamos a
mão de Deus estendida para nós quando Ele
enviar alguém para socorrer-nos, como Ele
frequentemente o faz. Há alegria em oferecer
e receber a generosidade inspirada por Deus,
especialmente no Natal.
P r e s i d e n t e H e n r y B . E y r i n g
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência

Os tempos mudam, os anos se
sucedem em ritmo acelerado, mas o
Natal continua sagrado. Nesta maravilhosa
dispensação da plenitude
dos tempos, nossas oportunidades
de doar de nós mesmos são de fato
ilimitadas, mas também efêmeras. Há
corações a alegrar, palavras gentis a
proferir, presentes a oferecer, boas
ações a praticar, almas a salvar.
Presidente Thomas S. Monson


Em sua reflexão sobre a época do Natal, James
Wallingford escreveu o seguinte:

O Natal não é um dia ou uma época, mas uma
condição da mente e do coração.
Se amamos nosso próximo como a nós mesmos:
Se em nossa riqueza somos pobres de espírito, e em nossa pobreza somos ricos na graça;
Se nossa caridade não se ensoberbece, mas é paciente e bondosa;
Se quando nosso irmão nos pede pão, doamos a nós mesmos em vez disso;
Se cada dia começa com oportunidades e termina com realizações, por menores que sejam,
Então todo dia é o dia de Cristo, e o Natal está sempre próximo.
[Charles L. Wallis, comp., Words of Life, 1966, p. 33]

Silent Night - Mormon Tabernacle Choir

NASCIMENTO DE JESUS

E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto,
da parte de César Augusto, para que o mundo
se alistasse e todos iam alistar-se cada um
à sua cidade.
E subiu também  José da Galiléia da cidade de
Nazaré à Judeia a cidade de David chamada
Belém.
A fim de alistar-se com Maria sua esposa,
que estava grávida.
Aconteceu que estando eles ali, e se
cumpriram os dias que ela haveria de dar à luz.
E deu à luz o seu Filho primogênito, e envolveu-o
em panos e deitou-o numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na estalagem.
Havia naquela mesma noite pastores, que estavam
no campo e guardavam durante as vigilias da noite
o seu rebanho.
E eis que o Anjo do Senhor veio sobre eles,
e a glória do Senhor os cercou de esplendor,
e tiveram um grande temor e o Anjo lhes disse -
não temeis porque lhes trago as boas
novas de grande alegria, que será para todo o povo.
Pois na cidade de Davi, nasceu hoje o Salvador,
que é Cristo, o Senhor.
E isto será um sinal, achareis um menino
envolto em panos e deitado numa manjedoura.
No mesmo instante aparece um Anjo, e uma
 multidão dos exércitos celestiais, louvando a
 Deus e dizendo Glória a Deus nas alturas e
paz na Terra, aos homens de boa vontade.

Devocional de Navidad Sud

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

INSTANTE



Não quero uma noite, ou um dia.
Nem um dia e uma noite todinha.
Uma semana, um mês, um ano...
A vida inteira pra mim é pouco:
Eu quero a eternidade particular de um instante."

domingo, 2 de janeiro de 2011

Desvarios


Solidão não é problema
dos que me afligem agora.
Por mais triste que esteja,
por mais saudosa pareça,
nada disso incomoda.

Trago no peito esperança,
no coração desvarios;
sonhos dos quais me abasteço
e amigos a quem agradeço:
sou calor, nunca frio.


Rogoldoni

ÁRVORES....


Árvores geram flores,
geram frutos!

Testemunham fatos,
enfeitam o mundo.

Dão-nos abrigo
quando é preciso!

Escondem fadas
e muitos ninhos,
são fontes de vida
em nossos caminhos.

Rogoldoni
28 06 2010

CINQUENTA E TAL


Eu também estou chegando lá.
E percebo as mudanças.
Até hoje a idade nunca foi peso,
mas venho me perguntando ultimamente:
o que sentirei quando fizer sessenta?
Bem, de terapia não tenho medo,
não é segredo!
Se vou mudar?
Não creio: nenhum receio.
Hoje levei um tombo:
ralei o joelho ... senti medo!
E entendi que é preciso cautela,
não é balela!
Mas não abro mão do salto,
do creme que engana,
até mesmo da dança.
O sinal é de alerta:
é preciso ficar mais esperta,
desacelerar:
não dá mais para adiar!
Mas Terceira Idade
já é forte pra mim ...
soa ruim!
Pretendo lá chegar,
Me entregar?
Vou aguardar!!!!
Rogoldoni
02 06 2010

MÃE





Você que gera e espera,
encanta-se ...
conversa ...
chora fora de hora,
apresenta-se sem demora ...

Doa-se sem reservas,
toda a ternura conserva,
amor incondicional!
Transforma-se em animal,
com garras afiadas,
para proteger a ninhada.

Você que não tem idade,
demonstra tenacidade;
e sente-se insegura
quando descobre que o filho
é dono do seu destino:
e o entrega ao mundo que é seu.

Mães de todos os dias,
Mães de todas as horas,
Mães e Nossas Senhoras,
Benditas aos olhos de Deus!


Rogoldoni

sábado, 1 de janeiro de 2011

GARANTIAS DE UM LAR FELIZ





O discurso foi originalmente impresso em A Liahona de outubro de 2001
“A felicidade é o objetivo e o propósito de nossa existência; e também será o fim, caso sigamos o caminho que nos leva até ela; e esse rumo é a virtude, retidão, fidelidade, santidade e obediência a todos os mandamentos de Deus.”
Essa meta universal foi assim descrita pelo Profeta Joseph Smith Era relevante na época; é relevante hoje. Estando o rumo tão claramente traçado, porque então há tantas pessoas infelizes? Freqüentemente os cenhos franzidos superam os sorrisos, e o desespero abafa a alegria. Vivemos tão aquém de nosso potencial divino. Alguns deixam-se confundir pelo materialismo, enredam pelo pecado, perdendo-se entre a multidão humana que passa. Outros clamam como o convertido por Filipe em outros tempos: “Como poderei [encontrar o caminho] se alguém me não ensinar?”A felicidade não consiste em regalar-se no luxo, que é o conceito mundano de “boa vida”. Tampouco devemos procurá-la em locais distantes de nomes estranhos. A felicidade encontra-se no lar.
Todos nós nos lembramos do lar de nossa infância. É interessante notar que nossos pensamentos não se prendem ao fato de ter sido grande ou pequeno, situado numa vizinhança refinada ou decadente. Antes, deleitamo-nos nas experiências vividas em família. O lar é o laboratório de nossa vida, e o que nele aprendemos determina em grande parte como viveremos depois.
A sra. Margaret Thatcher, ex-primeira ministra da Inglaterra, externou esta profunda filosofia: “A família é a célula mestra da sociedade. É um berçário, escola, hospital, centro de lazer, um lugar para refúgio e um lugar de descanso. Ela engloba o todo da sociedade. Ela modela nossas convicções; é a preparação para o resto de nossa vida”.3 “Lar é onde está o coração.” Na realidade, é preciso “muita experiência de vida para fazer de uma casa um lar”.4
“Lar, lar, doce, doce lar, ainda que seja humilde, não há lugar como o lar.”5 Despertando do enlevo dessas recordações prazerosas, vemos lares em que os pais estão ausentes, os familiares adultos, a infância perdida. Vagarosamente somos forçados a encarar a verdade inapelável: Nós somos responsáveis pelo lar que formamos. Precisamos fazê-lo com sabedoria, pois a eternidade não é uma jornada breve. Haverá calmaria e ventos, sol radiante e nuvens, alegria e pesar. Mas se realmente nos esforçarmos, nosso lar pode tornar-se um pedacinho do céu na Terra. Os pensamentos que colocamos na mente, as coisas que fazemos, a vida que levamos não só influenciam o sucesso de nossa jornada terrena, mas traçam o caminho para nossas metas eternas. Em 1995, a Primeira Presidência e oConselho dos Doze Apóstolos promulgaram uma proclamação ao mundo a respeito da família. Essa proclamação declara, entre outras coisas: “A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. O casamento e a família bem-sucedidos são estabelecidos e mantidos sob os princípios da fé, da oração, do arrependimento, do respeito, do amor, da compaixão, do trabalho e de atividades recreativas salutares”.6
O lar feliz pode ter a mais variada aparência. Alguns apresentam uma família numerosa com pai, mãe, irmãos e irmãs vivendo juntos com amor. Outros consistem de apenas pai ou mãe com um ou dois filhos, enquanto que outros, ainda, contam com um único ocupante. Entretanto, existem características marcantes num lar feliz, seja qual for o número ou tipo de seus componentes. Chamo essas características de “Garantias de um Lar Feliz”. São elas:
1. Um padrão de oração.
2. Uma biblioteca de aprendizagem.
3. Um legado de amor.
4. Um tesouro de testemunho.
UM PADRÃO DE ORAÇÃO
“A oração é o desejo sincero da alma, seja ele proferido ou não expresso.”7 É tão universal a sua aplicação, tão benéfico o seu resultado, que a oração é a garantia primordial de um lar feliz. Ouvindo a oração de uma criança, os pais também se achegam mais a Deus. Esses pequeninos, que ainda tão recentemente estiveram com o Pai Celeste, não têm nenhuma inibição em expressar a Ele os seus sentimentos, seus desejos, sua gratidão.
A oração familiar é o melhor inibidor do pecado e, portanto, o mais benéfico provedor de alegria e felicidade. O velho ditado continua válido: “A família que ora unida permanece unida”.
Nosso profeta, o Presidente Gordon B. Hinckley, declarou: “Verdadeiramente feliz é o menino ou a menina, inclusive os que já são adolescentes, em cujo lar seja costume orar em família pelas manhãs e à noite”.8
Observemos juntos como uma típica família de santos dos últimos dias faz uma oração a Deus. O pai, a mãe e todos os filhos se ajoelham, abaixam a cabeça e fecham os olhos. Uma agradável atmosfera de amor, união e paz enche a casa. Quando um homem ouve seu filhinho orar pedindo que seu pai faça as coisas certas, acham que seria difícil para esse pai honrar a oração de seu querido filho? Quando uma adolescente ouve a querida mãe suplicar para que a filha seja inspirada na escolha de suas amizades e que se prepare para um casamento no templo, não acham que essa filha procurará honrar aquela humilde e fervorosa prece de sua mãe, a quem ela ama tão profundamente?Se o pai, a mãe e todos os filhos oram sinceramente para que os bons filhos da família vivam dignamente a fim de que, no devido tempo, recebam um chamado para servir como embaixadores do Senhor nos campos missionários da Igreja, não começamos a ver esses filhos chegando ao início da vida adulta com imenso desejo de servir como missionários?
Ao oferecermos nossas orações familiares e pessoais, façamo-lo com fé e confiança Nele. Se algum de nós tem sido vagaroso em dar ouvidos ao conselho de orar sempre, não há melhor hora para começar do que agora mesmo. Aqueles que sentem que a oração pode denotar fraqueza física devem lembrar-se de que nenhum homem está mais alto do que quando está ajoelhado para orar.
Estou casado com minha esposa Frances há 53 anos. Nosso casamento foi realizado no . OTemplo de Salt Lake City o  celebrante, Benjamin Bowring, aconselhou-nos: “Posso oferecer aos recém-casados uma fórmula para que qualquer desavença que venham a ter não dure mais que um dia? Todas as noites, ajoelhem-se juntos ao pé da cama. Numa noite, irmão Monson, você profere a oração, em voz alta, ajoelhado. Na noite seguinte, você, irmã Monson, profere a oração, em voz alta, ajoelhada. Posso garantir-lhes que qualquer mal-entendido que acontecer durante o dia se desvanecerá enquanto orarem. Simplesmente não conseguirão orar juntos sem que retenham apenas os melhores sentimentos de um para com o outro”.
Quando fui chamado para o Conselho dos Doze Apóstolos, há 38 anos, o Presidente David O. McKay, o nono Presidente da Igreja, perguntou-me a respeito de minha família. Contei-lhe então essa diretriz referente à oração e testifiquei de sua validade. Recostando-se em sua ampla poltrona de couro, respondeu sorrindo: “A mesma fórmula que funcionou para você tem abençoado a vida de minha família durante todos os anos de nosso casamento”.
A oração é o passaporte para o poder espiritual.
UMA BIBLIOTECA DE APRENDIZAGEM
A segunda garantia de um lar feliz se descobre quando ele se torna uma biblioteca de aprendizagem. Quer estejamos nos preparando para formar nossa própria família ou simplesmente ponderando sobre como tornar o céu mais próximo de nosso lar atual, podemos aprender com o Senhor. Ele é o mestre arquiteto. Ele ensinou-nos como precisamos edificar.
Quando Jesus caminhou pelos poeirentos caminhos das vilas e cidades do lugar que hoje reverentemente chamamos de Terra Santa e ensinou Seus discípulos às margens do belo mar da Galiléia, Ele freqüentemente falava por meio de parábolas, uma linguagem que as pessoas compreendiam melhor. Freqüentemente Ele se referia à edificação de um lar em relação à vida daqueles que O ouviam.
Ele declarou: “Toda a cidade (. . .) dividida contra si mesma não subsistirá”.9 Mais tarde Ele advertiu: “Eis que minha casa é uma casa de ordem (. . .) e não uma casa de confusão”.10
Em uma revelação dada por intermédio do Profeta Joseph Smith em Kirtland, Ohio, em 27 de dezembro de 1832, o Mestre aconselhou: “Organizai-vos; preparai todas as coisas necessárias e estabelecei uma casa, sim, uma casa de oração, uma casa de jejum, uma casa de fé, uma casa de aprendizado, uma casa de glória, uma casa de ordem, uma casa de Deus”.11
Onde poderíamos encontrar uma planta mais adequada com a qual poderíamos construir de modo sábio e adequado? Essa casa deve atender às especificações de construção descritas em Mateus, sim, uma casa construída “sobre a rocha” 12, uma casa capaz de suportar as chuvas da adversidade, as inundações da oposição, os ventos da dúvida que estão sempre presentes em nosso mundo desafiador.
Alguns poderiam perguntar: “Mas essa revelação foi dada para orientar a construção de um templo. Será que é relevante hoje?”
Eu respondo: “O Apóstolo Paulo declarou: ‘Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?’”13
Que o Senhor seja nosso guia para a família, sim, o lar, que edificamos.
Bons livros serão uma parte essencial de nossa biblioteca de aprendizagem.
Os livros podem proporcionar-nos um tesouro de sabedoria;
Os livros são a porta para um mundo de prazer;
Os livros podem ajudar-nos a progredir e a melhorar;
Os livros são nossos amigos. Vinde, leiamos.14
A leitura é um dos genuínos prazeres da vida. Em nossa era de cultura massificada, quando tanta coisa que encontramos é resumida, adaptada, adulterada, fragmentada e reduzida à expressão mais simples, é mentalmente relaxante e inspirador sentar-nos a sós com um bom livro.
As crianças pequenas também podem desfrutar do prazer de ouvir os pais lerem um livro para elas.
O Senhor aconselhou: “Nos melhores livros buscai palavras de sabedoria; procurai conhecimento, sim, pelo estudo e também pela fé”.15
As obras padrão da Igreja são uma biblioteca de aprendizagem para nós e nossos filhos. Há vários anos, levamos nossos netos a uma visita às instalações tipográficas da Igreja. Ali, vimos a edição missionária do Livro de Mórmon saindo da linha de produção, impressa, encadernada e pronta para ser lida. Eu disse a meus netos: “O funcionário diz que vocês podem pegar um exemplar do Livro de Mórmon para ser só seu. Vocês escolhem o Livro de Mórmon, e ele será seu”.
Cada um deles apanhou um exemplar e expressou seu amor pelo Livro de Mórmon.
Na verdade, não me recordo dos outros acontecimentos daquele dia, mas nenhum dos que estavam presentes se esquecerá a expressão sincera do fundo do coração daquelas crianças.
Lembremo-nos, como pais, que nossa vida poderá ser o livro da biblioteca familiar que nossos filhos mais apreciam.Nossos exemplos são dignos de serem seguidos? Será que vivemos de maneira tal que um filho ou filha possa dizer: “Quero ser como meu pai” ou “Quero ser como minha mãe”? Nossa vida não pode ser ocultada como o conteúdo de um livro da estante protegido pela capa. Nós, pais, somos na verdade um livro aberto.
UM LEGADO DE AMOR
A terceira garantia de um lar feliz é o legado de amor. Quando garotinho, eu adorava visitar a casa de minha avó na Avenida Bueno, em Salt Lake City. Minha avó se mostrava sempre muito alegre de nos ver e dava-nos um abraço apertado. Sentado em seu colo, ficávamos ouvindo enquanto ela lia para nós.
Seu filho mais novo, meu tio Ray, e sua esposa moraram naquela mesma casa depois que minha avó faleceu. Em uma visita a meu tio Ray, no ano passado, pouco antes de ele falecer, notei que o hidrante no meio-fio pareceu-me muito pequeno em comparação ao tamanho que tinha quando eu o escalava naqueles tempos tão distantes. A varanda acolhedora continua a mesma, tranqüila e pacífica como sempre. Na parede da cozinha havia um quadro bordado por minha tia. Seus dizeres continuam um mundo de aplicação prática: “Escolhe teu amor; ama tua escolha”. Muito freqüentemente isso exige compromisso, perdão e talvez um pedido de desculpa. Precisamos estar sempre empenhados em fazer de nosso casamento um sucesso.
Aparentemente pequenas mostras de amor são observadas pelos filhos, ao absorverem silenciosamente o exemplo dos pais. Meu próprio pai, um tipógrafo, trabalhou dura e arduamente quase todos os dias de sua vida. Estou certo de que no Dia do Senhor, ele teria gostado de simplesmente ficar em casa. Mesmo assim, visitava os membros idosos da família, procurando dar um pouco de alegria à vida deles.
Um deles era seu tio, tão severamente atingido pela artrite que não conseguia andar nem cuidar de si. Em certas tardes de domingo, meu pai me dizia: “Venha, Tommy, vamos dar um passeio com o tio Elias”. Num velho Oldsmobile 1928, íamos até a rua Eighth West, onde, chegando à casa do tio Elias, eu ficava aguardando no carro, enquanto meu pai entrava. Pouco depois, ele voltava carregando seu tio entrevado nos braços, como se fosse uma frágil peça de porcelana. Eu então abria a porta do carro e ficava observando com que delicadeza e carinho ele acomodava o tio Elias no banco da frente, para que tivesse uma visão melhor, enquanto eu ia para o banco de trás.
O passeio era curto, e a conversa limitada, mas, oh, que grande legado de amor! Meu pai nunca leu para mim a parábola do bom samaritano na Bíblia. Em vez disso, levava-me com ele e com o tio Elias, no velho Oldsmobile, para um passeio pela estrada para Jericó.
Se nosso lar transmitir um legado de amor, não teremos de ouvir a reprimenda de Jacó registrada no Livro de Mórmon: “Haveis quebrantado o coração de vossas ternas esposas e perdido a confiança de vossos filhos, por causa de vossos maus exemplos diante deles; e os soluços do coração deles sobem a Deus contra vós”.16
Que nosso lar transmita um legado de amor.
UM TESOURO DE TESTEMUNHO
A quarta garantia de um lar feliz é o tesouro do testemunho. “A primeira e maior oportunidade de ensino na Igreja encontra-se no lar”17, observou o Presidente David O. McKay. “O verdadeiro lar mórmon é aquele em que, se chegasse a nele entrar, Cristo gostaria de demorar-Se e descansar”.18
O que estamos fazendo para assegurar que nosso lar se enquadre nessa descrição? Não basta que só os pais tenham forte testemunho. Os filhos só podem amparar-se por pouco tempo na convicção deles.
O amor ao Salvador, a reverência pelo Seu nome, e um genuíno respeito mútuo proverão um solo fértil para que o testemunho germine e cresça.
Aprender o evangelho, prestar testemunho, dirigir uma família são raramente ou nunca processos simples. A jornada da vida tem por característica os solavancos na estrada, o mar agitado, que fazem parte da turbulência de nossos tempos.
Há alguns anos, durante uma visita aos membros e missionários da Austrália, presenciei um sublime exemplo de como um tesouro de testemunho pode abençoar e santificar um lar. O presidente da missão, Horace D. Ensign, e eu estávamos fazendo a longa viagem de Sidney para Darwin, onde eu deveria dar início à construção de nossa primeira capela naquela cidade. No caminho, havia uma escala prevista numa cidade de mineração chamada Mount Isa. Quando entramos no pequeno aeroporto, fomos abordados por uma senhora acompanhada de duas crianças. Ela disse: “Sou Judith Louden, membro da Igreja, e esses são meus filhos. Imaginamos que poderiam estar nesse vôo, por isso viemos para poder conversar com os irmãos durante sua breve escala”. Explicou-nos que o marido não era membro da Igreja, e que ela e as crianças eram, na verdade, os únicos membros em toda aquela área. Compartilhamos lições e prestamos testemunho.
O tempo corria. Ao nos prepararmos para embarcar, a irmã Louden parecia tão perdida, tão só. “Não podem partir ainda. Tenho sentido tanta falta da Igreja”. Subitamente, o alto-falante anunciou mais trinta minutos de demora até a decolagem, devido a problemas mecânicos. A irmã Louden sussurrou: “Minha oração acaba de ser atendida”. Ela, então, perguntou-nos como poderia fazer com que o marido se interessasse pelo evangelho. Aconselhamos que o incluísse na aula da Primária do Lar semanal, e se mostrasse um testemunho vivo do evangelho. Prometi que lhe mandaria uma assinatura da revista para crianças Children’s Friend e auxílios adicionais para o ensino no lar. Aconselhamo-la a nunca desistir quanto ao marido.
Partimos de Mount Isa, cidade à qual nunca mais voltei. Sempre me lembrarei com carinho daquela dedicada mãe e seus queridos filhos despedindo-se com olhos marejados e um carinhoso aceno de gratidão e adeus.
Vários anos depois, falando numa reunião de liderança do sacerdócio em Brisbane, Austrália, ressaltei a importância do estudo e vivência do evangelho no lar, e de sermos exemplos da verdade. Compartilhei com os irmãos ali paresentes a história da irmã Louden e o impacto de sua fé e determinação em mim. Concluindo, comentei: “Penso que jamais saberei se o marido da irmã Louden chegou a filiar-se à Igreja, mas ele não poderia ter encontrado um modelo melhor para seguir”.
Um dos líderes ergueu o braço, depois se pôs de pé e declarou: “Irmão Monson, sou Richard Louden. A irmã de quem falou é minha mulher. As crianças [sua voz embargou-se] são nossos filhos. Somos agora uma família eterna, graças em parte à persistência e paciência de minha querida esposa. Ela fez tudo”. Não houve uma só palavra. O silêncio era interrompido apenas por fungadelas e soluços abafados, e marcado pela visão de lágrimas correndo de todos os olhos.
Meus irmãos e irmãs, tomemos a decisão, sejam quais forem nossas condições, de fazer de nossa casa um lar feliz. Abramos as janelas de nosso coração, para que todo membro da família se considere bem-vindo e “em casa”.
Abramos igualmente as portas de nossa própria alma, para que o amado Cristo possa entrar. Lembrem-se desta promessa: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa”.19
Quão bem-vindos havemos de nos sentir, quão alegre será nossa vida quando Jesus for saudado pelas “Garantias de um Lar Feliz”:
Um padrão de oração,
Uma biblioteca de aprendizagem,
Um legado de amor
Um tesouro de testemunho.
Que nosso querido Pai Celestial nos abençoe na busca de um lar assim feliz e uma família eterna.

GRATIDÃO


Se se lamenta da fadiga,
sê grato pois que ainda tem o trabalho;

Se reclama da falta de dinheiro ou da matéria,
sê grato pois o que te falta hoje, para muitos nunca existiu;

Se se lamenta por ter falhado ou fracassado,
sê grato pois que teve a oportunidade de tentar;

Se reclama do sol ou da chuva, do vento ou do frio,
sê grato pois que a natureza está à sua volta;

Se está aborrecido ou triste com um amigo ou familiar,
sê grato pois que ainda os tem em sua vida;

Se se sente só e desamparado,
sê grato pois que ainda tem a sí próprio;

Se se lamenta da enfermidade ou da doença que te aflige,
sê grato pela vida que ainda há em tí;

Se seus pés doem porque sangram ao pisar sobre os espinhos do caminho,
sê grato pois que ainda pode caminhar;

Se se aflige com a morte inevitável do corpo,
sê grato pela vida eterna que te aguarda;

Se pensa que todas as suas preces têm sido em vão,
sê grato pois que ainda sabe orar;

Mas se de tudo ainda pensar que vida é dura e ingrata demais para tí,
e as lágrimas lhe vierem aos olhos, ainda assim e mais do nunca,
sê grato a Deus pois que seu coração ainda pode sentir. 

Autor:Renato Veneroso 


"Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome." Salmos 100:4

CONTRA AS DEFICIÊNCIAS MORAIS- BENJAMIN FRANKLIN

Benjamin Franklin era um homem que fazia de tudo. Ele foi impressor, cientista, político, economista, financista, escritor, comerciante e inventor. Sua lista de méritos inclui o primeiro hospital, a agência de correio, a companhia de seguros contra incêndio, a biblioteca; como também, a criação dos óculos bifocais, a cadeira de balanço, o poste de iluminação pública, o cartão postal, tendo ainda fundado o jornal Saturday Evening Post e a Universidade da Pensilvânia. Ele se aposentou, milionário, aos quarenta anos de idade, e quando morreu, era o homem mais rico dos Estados Unidos. Franklin realizou tudo isso e muito mais em sua ativa vida. Mas isso não lhe foi suficiente.

Ele quis ser perfeito. Foi um sermão de domingo que provocou em Franklin o desejo de lidar com o que Ihe pareceu uma falta de virtude em sua vida. A despeito de suas realizações , dificilmente se sentia satisfeito consigo mesmo e lutou constantemente com as deficiências morais. Envergonhado com sua vida pessoal, decidiu atacar diretamente cada uma de suas deficiências e transformá-las em tesouras morais.  


"Concebi então o audacioso projeto de alcançar a perfeição moral ,escreveu ele . "Desejei viver sem cometer nenhuma falta em momento algum; eu ia conquistar tudo a que pudesse me conduzir a inclinação natural, os costumes ou a diligência."  

Como muitos de nós, Franklin sabia, ou pensava que sabia, o que era certo e errado. Não via qualquer razão por que não pudesse evitar o que era errado e fazer o que era certo. Parecia tão simples em teoria.

"Mas logo descobri que havia subestimado uma tarefa de dificuldades muito maiores do que podia imaginar. Enquanto cuidava de me guardar contra uma falta, era sempre pego de surpresa por uma outra; o hábito ganhava com a vantagem da desatenção; as inclinações eram às vezes mais fortes que a razão".  Tornou-se claro que só o desejo não era suficiente. 


Assim, Franklin mudou de tática. Fez uma lista do que ele considerava as 12 virtudes mais importantes. Mais tarde, por sugestão de um amigo, Franklin acrescentou a "humildade" à sua lista. As virtudes valorizadas por Franklin são hoje tão significativas quanto a 200 anos:

1.Temperança:
não coma até a congestão; não beba até a embriaguez;

2.Silêncio: fale apenas o que puder ser benéfico para si mesmo e para os outros;

3.Ordem:
deixe tudo o que é seu ocupar seu devido lugar;

4.Resolução: resolva-se a fazer o que deve ser feito; faça diligentemente o que resolveu;

5.Frugalidade: faça despesas apenas para fazer o bem a si mesmo e aos outros, isto é, não desperdice nada;

6.Laboriosidade:
não perca tempo; esteja sempre ocupado com algo útil; elimine toda ação desnecessária;

7.Sinceridade:
não faça uso de artifícios danosos; pense de modo inocente e justo. Se você falar, fale de igual modo;

8.Justiça: não prejudique ninguém por injúrias, ou pela omissão dos benefícios que fazem parte do seu dever;

9.Moderação: evite extremos. Não guarde ressentimentos;

10.Higiene: não tolere qualquer falta de higiene quanto ao corpo, às roupas ou à habitação;

11.Tranqüilidade: não se perturbe com trivialidades, incidentes comuns ou o inevitável;

12.Castidade:
evite excessos sexuais. Não prejudique sua paz e reputação, bem como a dos outros;

13.Humildade: imite a Jesus e Sócrates.

Toda noite Franklin passava em revista sua lista e colocava uma marca preta para cada falta que tivesse cometido durante o dia .Quando também isto mostrou-se ineficiente, ele decidiu aderir firmemente a uma virtude a cada semana, fazendo apenas o melhor possível com as outras doze.

Ele comparava o processo à capinagem de um jardim, dizendo que um bom jardineiro não tenta remover todas as ervas daninhas de uma só vez- o que esgotaria seu tempo e suas energias-, mas, sim, trabalhava numa faixa de cada vez. 


Auto-aperfeiçoamento

Franklin continuou com seu plano de auto-análise e aperfeiçoamento por vários anos, com poucas interrupções. Ele ficou surpreso com os resultados.

"Fiquei surpreso por descobrir que eu tinha mais deficiências do que imaginava; mas tive a satisfação de vê-las decrescendo." 


Mais tarde ele escreveu: " Nunca cheguei à perfeição; na verdade, bem longe disso. No entanto, tornei-me um homem melhor e mais feliz que havia sido antes." Só alguns artifícios como esses podem assegurar, progresso seguro rumo à virtude.

O comprometimento com o aperfeiçoamento foi a chave de uma  vida melhor para Benjamin Franklin e a mesma coisa é válida para nós nos dias atuais. Tornar-se uma pessoa melhor é um processo de toda uma vida". 
Um ponto de partida é adotar os conceitos de Franklin:
1_RECONHEÇA O DESEJO: aprenda a ver seus potenciais.

2_IDENTIFIQUE AS METAS: decida o que você deseja aperfeiçoar.

3_TRABALHE DIARIAMENTE: pratique a auto-observação.

4_ENTRE EM CONTATO CONSIGO MESMO: avalie-se, medite.

5_APRENDA COM OS ERROS: mude o estilo de vida quando necessário.

Como disse Franklin certa vez: “Esteja em guerra com suas deficiências morais, em paz com seus semelhantes, e que cada ano o encontre uma pessoa melhor.” Este ainda é um bom conselho.

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[Texto de John Schoroeder].
” O homem que não sabe expressar seus pensamentos está no mesmo nível daquele que não sabe pensar.”(BENJAMIN FRANKLIN)