segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DIA DE FAXINA




Estava precisando fazer uma faxina em mim...
e fiz : abrindo o armário.
Assim como jogar alguns pensamentos indesejados fora,
lavar algumas essências que andam meio que enferrujadas,
pois já não brilhavam.
Tirei do fundo das gavetas
lembranças que não uso e não quero mais.
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões.
Papéis de presente que nunca usei,
sorrisos que nunca darei,
joguei fora a raiva e o rancor
das flores murchas que estavam
dentro de um livro que não li.
Olhei para meus sorrisos futuros
e minhas alegrias pretendidas,
e as coloquei num cantinho,
bem arrumadinhas.
Fiquei sem paciência,
tirei tudo de dentro do armário
e fui jogando no chão:
paixões escondidas, desejos reprimidos,
palavras horríveis que nunca queria ter dito,
mágoas de um amigo,
lembranças de um dia triste,
mas, havia lá outras coisas e belas!!!
Um passarinho cantando na minha janela...
aquela lua cor de prata que vi um dia vi na praia,
o por do sol nas montanhas...
Fui me encantando e me distraindo;
olhando para cada uma daquelas lembranças.
Sentei no chão,
para poder fazer minhas escolhas.
Joguei direto no saco de lixo
os restos de um amor que me magoou.
Peguei as palavras de raiva e de dor
que estavam na prateleira de cima,
pois, quase não as uso e
também joguei fora no mesmo instante!
Outras coisas que ainda me magoam,
coloquei num canto
para depois ver o que faria com elas.

Se as esquecia lá mesmo
ou se mandava para o lixão.
Aí, fui naquele cantinho,
bem naquela gaveta
que a gente guarda tudo o que é mais importante:
o amor, a alegria, os sorrisos,
um dedinho de fé
para os momentos que mais precisamos,
e sabe o que descobri ?
Que tinha um jóia lá, toda embrulhadinha,
tão rara e preciosa,
talvez o maior bem que possua.
Eu não a usava há muito tempo.
Nem sabia que a tinha mais,
tinha me esquecido.
Mas, ela estava lá
e quando eu a olhei,
ela brilhou para mim,
como sempre o fizera.
Peguei-a entre os dedos e fiquei apreciando.
Assim, entre embevecida e encantada.
Cuidei dela com muito carinho,
despejei meu amor por entre suas frestas
e não deixei de usá-la mais.
Agora mesmo eu a estou usando
para falar com você.
Pode saber o que é?
Sim, amigo, é minha arte de escrever.
De brincar com o teclado
e com o jogo de letras
que se fazem visíveis no meu pensamento
mesmo antes de os dedos tocarem o teclado,
mas, que às vezes,
parece que são mais rápidos que do que ele
e posso me divertir mais assim.
E com uma simples frase,
escrever uma história inteira.
Em dia de faxina,
sempre fica tudo uma bagunça incrível,
desorganizamos tudo,
para colocar em ordem depois.
Mas, o melhor é desorganizar a ordem,
porque fica tudo certinho.
Bem, desse jeito ...mais fácil para mim.
Recolhi com carinho o amor encontrado,
dobrei direitinho os desejos,
coloquei perfume na esperança,
passei um paninho na prateleira das minhas metas.
Deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista.
Coloquei nas prateleiras de baixo
algumas lembranças da infância.
Na gaveta de cima, as da minha juventude e
pendurado bem à minha frente,
coloquei o meu amor
pois, eu o uso a todo instante,
mantenho-o sob meu olhar de paixão incontida,
banho-o todos os dias com ternura,
dou-lhe atenção de menina,
durmo com ele,
bem juntinho ao meu lado
e encho-o de beijinhos melados
E ele? Bem,... ele retribui.

(Rosy Beltrão)

CAMINHOS DA VIDA



Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la...
Porque murchará em tuas mãos e não se fará semente para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará no bosque para ti e nem criará outros passarinhos em seu ninho.

Quando não arriscas tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la...
Porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir o teu filho para a vida,
começas a perdê-lo...
Porque nunca o verás voltar para ti livre e maduro.

Lembre-se sempre: Não existe preço
para a Liberdade, mas uma belíssima
recompensa para quem a utiliza com
desprendimento de alma ...

Ter para sempre, junto a si a Fidelidade daqueles que livres dos grilhões, se comprazem em serem seus eternos admiradores!
Quem Ama ... Liberta com a certeza
da volta espontânea ao aconchego!

Aprende no caminho da vida
A paradoxal lição da experiência:
Sempre ganhas o que deixas
E perdes o que reténs...
(Desconheço o Autor)

A PARTIR DE PRÓXIMO AMANHECER




Hoje “me dei um tempo” para pensar na vida.
Na minha vida!!!
Decidi então que a partir do próximo amanhecer,
vou mudar alguns detalhes para ser a cada
novo dia, um pouquinho mais feliz.

Para começar, não vou mais olhar para trás.
O que passou é passado, se errei, agora não vou conseguir corrigir.
Então, para que remoer o que passou?
Refletir sobre aqueles erros sim
e então fazer deles um aprendizado
para o “meu hoje”...

Nem todas as pessoas que amo, retribuem
meus carinhos como “eu” gostaria... E daí?
A partir do próximo amanhecer vou continuar a amá-las, mas não vou tentar mudá-las.
Pode ser até que ficassem como eu gostaria que fossem e deixassem de ser as pessoas que eu amo.

Isso eu não quero.
Mudo eu...Mudo meu modo de vê-las.
Respeito seu modo de ser.
Mas não pense que vou desistir de meus sonhos!!!
Imagine!!!
A partir do próximo amanhecer, vou lutar com mais garra para que eles aconteçam.
Mas vai ser diferente.

Não vou mais responsabilizar
a mais ninguém por minha felicidade.
EU VOU SER FELIZ!!!
Não vou mais parar a minha vida porque
o que desejo não acontece, porque uma
mensagem não chega, porque não ouço
o que gostaria de ouvir.
Vou fazer meu momento...
Vou ser feliz agora...
Terei outros dias pela frente!!!
Nunca mais darei muita importância aos problemas que não tenho conseguido resolver.

A partir do próximo amanhecer, vou agradecer a Deus, todos os dias por me dar forças para viver,
apesar dos meus problemas.
Chega de sofrer pelo que não consigo ter,
pelo que não ouço ou não leio.
Pelo tempo que não tenho e até de sofrer por antecipação, pensando sempre, apenas no pior.

A partir do próximo amanhecer, só vou
pensar no que tenho de bom.
Meus amigos, nunca mais precisarão me dar
um ombro para chorar. Vou aproveitar a presença
deles para sorrir, cantar, para dividir felicidade.
A partir do próximo amanhecer vou ser eu mesmo. Nunca mais vou tentar ser um modelo de perfeição.


Nunca mais vou sorrir sem vontade
ou falar palavras amorosas por que
acho que sei o que os outros querem ouvir.

A partir do próximo amanhecer vou viver
minha vida, SEM MEDO DE SER FELIZ.
Vou continuar esperando.
Não, não vou esquecer ninguém.
Mas...
A partir do próximo amanhecer, quando a
gente se encontrar, com certeza, vou te dar
“aquele” abraço bem apertado, e com toda
sinceridade dizer...
ADORO VOCÊ e tenho muito amor para lhe dar.

(Desconheço o Autor)

SENTIMENTOS



Quanto tempo dura uma alegria para você?
Se for uma comemoração bacana, algo muito esperado, quanto tempo você comemora?
Se for uma disputa, um campeonato e você for o campeão, quanto tempo dura a emoção do triunfo?
E se for um amor, o primeiro beijo depois de muita batalha?
Quanto tempo seus lábios ficam sentindo esse gostinho, e quanto tempo seu coração fica disparado?

Preste atenção nas emoções da alegria; por maior que seja a explosão de felicidade, deixamos escapar os bons momentos pelos vãos dos dedos, parece que nossa alma anseia sempre por algo mais, o amor de ontem vira rotina nos próximos dias, o campeonato tão disputado já virou troféu na galeria, e daquele dia tão lindo, só restam algumas fotos, meio amareladas pelo tempo, pelo desuso.

Já a dor, o sentimento de perda, esse não esquecemos facilmente.
Perceba, quanto tempo choramos pelos entes queridos?
Quanto tempo perdido ao lamentar o amor que se foi?
Muitos não recuperam depois de perder um campeonato, outros não conseguem esquecer uma traição, outros não conseguem perdoar qualquer contradição, e arrastam por longos anos o sentimento da dor, cultivando uma doença na alma, um câncer que não se cura,
uma ferida que não seca.

Assim, neste dia que também vamos esquecer rapidamente, guarde a lição do Universo que lentamente constrói, desde filetes de água que um dia serão oceanos, até pequenos grãos de areia que se ajuntam com o vento, e um dia serão montanhas que iremos escalar. Seja grato com a vida que te traz oportunidades, saiba agradecer o pão que teu suor conquista, não lamente o que se perdeu, chore apenas pelo que não consegues buscar, porque todas as coisas te são possíveis, neste dia em que a alegria passa ligeiro e a tristeza quer fazer morada, no coração de quem não aprendeu que a vida é a jóia mais preciosa, que Deus entregou na mão de um ser especial, a quem Ele carinhosamente chama de filho: você.

Cuide bem do seu tesouro, a vida é dom de Deus!

(Paulo Roberto Gaefke)

O CORAÇÃO TEM RAZÕES..




Você se lembra daquela tocante história do livro "O Pequeno Príncipe"?

Existe uma história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o criador do Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de St.Exupéry.

Poucas pessoas sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte. Nervoso, ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados haviam tirado todos os fósforos de sua bolsa. Ele olhou então para o carcereiro e disse:
"Por favor, usted tiene fosforo?".
O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de segundo, seus olhos se encontraram, e St. Exupéry sorriu.
Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir.

Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de St. Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. St. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.

Parece que o carcereiro também começou a olhar St. Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou:
"Você tem filhos?".
"Sim", St. Exupéry respondeu, e tirou da bolsa fotos de seus filhos. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de St. Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo. Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou St. Exupéry para fora do cárcere, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio.


St. Exupéry disse: "Minha vida foi salva por um sorriso do coração".

O que foi aquela "chama" que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar informações.
De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração!

Como disse o filósofo francês Blaise Pascal:
"O coração tem razões que a própria razão desconhece".

Estados emocionais negativos, como raiva ou frustração, geram ondas eletromagnéticas totalmente caóticas do coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no breque simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de "incoerência cardíaca" e está ligado a doença cardíaca, envelhecimento precoce, câncer e morte prematura.

Em estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se "coerente". Isso diminui a secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e insônia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à boa saúde física e mental - e à longevidade.
Essa irradiação coerente do coração - essa "chama" de genuína afeição - pode afetar pessoas a uma distância de até 5 metros!
Logo, na próxima vez em que você estiver numa situação difícil, respire profundamente, lembre-se de St. Exupéry e do Pequeno Príncipe e irradie a energia de seu coração. Como o Pequeno Príncipe nos lembrou, "somente com o coração podemos ver com clareza".

Autor: Susan Andrews

TEMPO MÁGICO




Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena .(Rubem Alves)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

NATAL

E outra vez é natal...

Este espírito aquece o meu coração de tal forma
A não caber dentro do peito
Gostaria de enlaçar a todos em um abraço,
Dizer o quanto são essenciais em minha vida

Gostaria de iluminar o mundo com novas cores
Pedir perdão a quem de alguma maneira feri
Liberar perdão a quem me ofendeu
Estreitar os laços já existentes, criar outros...

Gostaria de encher o peito de amor a exalar pelos poros
E se fosse possível, recolher as flores pálidas
Trocá-las pelas margaridas brancas
Brotadas hoje em meu jardim

Gostaria de encher meus cestos com frutos doces
Distribuí-los a quem meu braço alcançasse
Gostaria que este espírito perdurasse
E que todos os dias da minha vida fosse Natal.

Arnalda Rabelo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

SILÊNCIO



Longe dos ruídos,
Posso ouvir os sons da natureza,
A cantiga do vento,
O sentir da vegetação,
As vozes dos animais.

Distante dos barulhos,
Consigo alcançar o silêncio,
O meu silêncio e
Viajar pelo meu interior,
Descobrindo os sinais,
Os vestígios da presença de Deus, revelados.

Em total silêncio,
Posso intuir as vozes dos anjos,
Dos mentores espirituais
E captar as mensagens,
Levando-me à sabedoria existencial.

Com extremo silêncio,
Escuto a voz de Deus a me tocar,
Tomando-me por inteiro,
Divinizando-me de intenso amor.

Quando em absoluto silêncio,
Ouço as batidas de meu coração,
Que estão a me dizer:
Nascemos para amar,
Unicamente amar,
Incondicionalmente a todos amar.

(Moacir Sader )

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O ESPÍRITO DE NATAL



Meus queridos irmãos e irmãs, sinto-me imensamente grato por estar com vocês nesta noite. Como vocês, senti-me inspirado e edificado pelas mensagens do Presidente Eyring e do Presidente Uchddorf e também pela esplêndida música do Coro e da Orquestra.
Encontramos a verdade numa expressão que cantamos em um de nossos hinos: “Veloz nos foge o tempo.”1 Outro ano já se passou, trazendo de volta a época do Natal.
Tenho recentemente recordado Natais passados e percebi que provavelmente nenhuma outra época do ano nos traz recordações tão comoventes. Os Natais mais memoráveis em geral têm pouco a ver com bens materiais, mas muito a ver com famílias, com amor, compaixão e carinho. Pensar assim dá esperança àqueles entre nós que temem que o singular significado desse dia se dilua no consumismo ou no antagonismo das diferentes crenças, ou então na agitação das festas que podem levar-nos a perder aquele espírito especial que deveríamos desfrutar.
Para muitos, os excessos são comuns nesta época do ano. Simplesmente queremos fazer mais do que nossas forças permitem. Talvez não tenhamos dinheiro suficiente para gastar com o que achamos serem necessidades. Muitas vezes, nossos esforços natalinos resultam em estresse, pressão e desgaste em uma época que deveríamos desfrutar das alegrias simples da celebração do nascimento do Menino em Belém.
Em geral, entretanto, o espírito especial dessa ocasião acaba encontrando eco em nosso coração e na nossa vida, apesar das dificuldades e distrações que podem ocupar nosso tempo e energia.
Há muitos anos, li sobre um acontecimento natalino que envolveu milhares de viajantes exaustos que estavam retidos no congestionado aeroporto de Atlanta, Geórgia. Uma tempestade de neve tinha causado grandes atrasos nos voos enquanto aquelas pessoas tentavam chegar a algum lugar para o Natal — provavelmente em casa.
Aconteceu em dezembro de 1970. Ao soar a meia-noite, passageiros frustrados aglomeravam-se em frente aos balcões e ansiosamente questionavam os atendentes cuja paciência, àquela altura, já evaporara. Também eles gostariam de já estar em casa. Algumas pessoas conseguiram cochilar em cadeiras desconfortáveis. Outros foram para as bancas de jornais e ficaram folheando as publicações.
Se algo em comum unia toda aquela multidão diversa, era a solidão — uma solidão envolvente, opressiva e sufocante. Porém, a civilidade exigia que cada um mantivesse uma barreira invisível que o separava dos demais. A solidão era melhor do que ficar ouvindo às inevitáveis reclamações de abatimento e desânimo dos outros.
Na realidade, havia mais passageiros do que lugares disponíveis nos voos. Sempre que um avião conseguia decolar, havia mais passageiros deixados para trás do que os que embarcavam. As palavras “Em lista de espera”, “Reserva confirmada” e “Primeira Classe” estabeleciam prioridades e evidenciavam dinheiro, poder, influência, previdência — ou a ausência dessas coisas.
O portão 67 era um microcosmo daquele tristonho aeroporto. Pouco maior que um cubículo envidraçado, a sala de embarque estava apinhada de passageiros que tentavam voar para Nova Orleans, Dallas e outras cidades do oeste. Havia pouca conversa no Portão 67, exceto entre pessoas que viajavam acompanhadas. Um viajante olhava distraidamente para cima, resignado. Uma jovem mãe aconchegava o bebê nos braços, balançando-o levemente em um esforço vão de acalmá-lo.
E havia um cavalheiro, muito bem vestido, que parecia insensível ao sofrimento coletivo. Sua atitude era de indiferença, absorto em sua papelada — talvez calculando os lucros da firma no final do ano. Um passageiro mais agitado poderia compará-lo a Ebenezer Scrooge, o sovina personagem de “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens.
De repente, o silêncio relativo foi quebrado por um tumulto. Um rapaz de uns 19 anos, em uniforme militar, conversava agitadamente com o funcionário da empresa aérea. Ele tinha um bilhete de classe econômica e insistia com o funcionário para embarcar para Nova Orleans a fim de tomar um ônibus até o desconhecido vilarejo a que ele chamava de lar.
O funcionário, aborrecido, explicou-lhe que as possibilidades seriam mínimas nas 24 horas seguintes, talvez mais. O rapaz ficava cada vez mais agitado. Logo após o Natal, ele seria enviado para o Vietnam, onde a guerra estava violenta, e se não fosse para casa agora, talvez nunca mais passasse um Natal lá. Até o cavalheiro indiferente tirou os olhos de sua papelada e demonstrou um interesse reservado na conversa. O funcionário estava visivelmente comovido, até mesmo constrangido. Mas tudo o que ele podia oferecer era compreensão — não esperança. O jovem ficou em pé em frente ao balcão, olhando ansiosamente para a multidão como se procurasse ao menos uma expressão de simpatia.
Finalmente, o funcionário anunciou que o embarque teria início. Os passageiros, que esperavam havia várias horas, ergueram-se, reuniram seus pertences e desceram rapidamente pelo estreito corredor até o avião: vinte, trinta, cem passageiros — o avião estava lotado. O funcionário olhou para o ansioso jovem e demonstrou que nada podia fazer.
Inexplicavelmente, o cavalheiro elegante ainda não embarcara. Então ele se dirigiu ao balcão e disse discretamente ao funcionário: “Meu bilhete está confirmado”. “Gostaria de dá-lo a esse jovem.” O funcionário encarou-o, mal acreditando no que ouvia, enquanto ele indicava o soldado. Sem encontrar palavras, com lágrimas escorrendo pelo rosto, o jovem soldado apertou a mão do cavalheiro que murmurou apenas: “Boa sorte. Feliz Natal. Boa sorte”.
A porta do avião se fechou, os motores aumentaram a rotação para partir, o cavalheiro virou-se, pegou a pasta e caminhou lentamente em direção ao restaurante 24 horas.
Pouquíssimas pessoas entre as milhares que se achavam ilhadas no aeroporto de Atlanta testemunharam o drama vivenciado no Portão 67. Mas para os que o presenciaram, o mau humor, a frustração e a hostilidade dissolveram-se em novo alento. Aquele ato de amor e bondade entre estranhos tinha trazido o espírito de Natal ao coração de todos.
As luzes do avião que partia piscaram, como estrelas na noite, enquanto a aeronave mergulhava na escuridão do céu. O bebê agora dormia calmamente no colo da jovem mãe. Talvez outro voo pudesse partir em algumas horas. Porém, quem testemunhou o ocorrido ficou menos impaciente. Esse novo espírito, suave e em profusão, permeou o pequeno estábulo envidraçado do Portão 67.2
Meus irmãos e irmãs, a verdadeira alegria do Natal não provém da agitação e da pressa de fazer mais coisas ou de comprar os presentes esperados. A verdadeira alegria vem ao mostrarmos o amor e a compaixão inspirados pelo Salvador do Mundo, que disse: “Quando fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.3
Nesta alegre ocasião, que as desavenças pessoais sejam esquecidas e as animosidades curadas. Possa o júbilo do Natal conter a atenção ao necessitado e ao aflito. Que o nosso perdão alcance os que nos ofenderam, assim como esperamos também o perdão. Que a bondade seja abundante em nosso coração e que o amor prevaleça em nosso lar.
Ao planejarmos os gastos com os presentes de Natal, planejemos também como usar nosso tempo para trazer o verdadeiro espírito de Natal à vida do próximo.
O Senhor presenteou sobejamente a todos, e Seus dons são de valor inestimável. Em seu ministério, Ele abençoou o doente, restaurou a visão ao cego, curou o surdo e fez andar o coxo e o manco. Ele tornou limpo o que era impuro. Restaurou ao morto o fôlego da vida. Deu esperança ao debilitado e levou luz aonde havia escuridão.
Deu-nos Seu amor, Seu serviço e Sua vida.
Qual é o espírito que nos permeia no Natal? É o Seu espírito — o espírito de Cristo.
O dom glorioso, divinal, nenhum ruído faz!
Porém a este mundo vil, amor e esperança traz.
Sereno e sem arautos, sem toques de clarim,
Traz ele ao mundo redenção, amor e paz sem fim!4

Com o puro amor de Cristo, caminhemos em Suas pegadas nesta época em que celebramos Seu nascimento. Ao fazer isso, lembremo-nos de que Ele ainda vive e continua a ser a “luz do mundo”, e que prometeu: “Quem me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.5
A cada um de vocês, meus irmãos e irmãs, estendo meu amor e minha bênção. Tenham um Feliz Natal. Que haja amor, bondade e paz em seu coração e em seu lar. Que até aqueles corações que estão pesarosos se ergam pela cura que vem somente Daquele que consola e infunde segurança.
Com o espírito de Cristo em nossa vida, teremos boa vontade e amor pela humanidade, não somente nesta época, mas durante todo o ano.
Oro para que sejam essas as nossas experiências e nossas bênçãos, em nome de Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor. Amém.

Pres. Thomas . Monson
Presidente da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias

Notas

1. “Prolongue os Bons Momentos”, Hinos, nº 152.
2. Extraído de “Drama at Gate 67” [:Drama no Portão 67], de Ray Jenkins.
3. Mateus 25:40.
4. “Pequena Vila de Belém”, letra de Phillips Brooks, Hinos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, nº 129.
5. João 8:12.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Guardiões de Sua Luz

All Times, All Things, All Places

Mensagem de Natal




" O anseio que todos temos no coração,
na época do Natal e em todas as ocasiões,
é o de estar unidos em amor com a serena
garantia de que isso pode durar para sempre,
(...) Essa é a promessa de vida eterna, que
Deus chamou de o maior de todos os Seus dons.
Isso se tornou possível graças à dádiva de Seu
Amado Filho e os consequentes dons do
nascimento do Salvador, de Sua Expiação e
Ressurreição".
Pres. Henry B. Eyring

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A MARCA DO AMOR


Um menino tinha uma cicatriz no rosto,
as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado,
na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser 

muito feia.
Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da
cicatriz não freqüentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio.
A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão:
Que não poderia tirar o menino do colégio,
e que conversaria com o menino e ele seria o ultimo a entrar em sala de aula,
e o primeiro a sair, desta forma nenhum aluno via o rosto do menino, a não ser que olhassem para trás.
O professor achou magnífica a idéia da diretoria,
sabia que os alunos não olhariam mais para trás.
Levado ao conhecimento do menino da decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio,
com uma condição:
Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o por quê daquela CICATRIZ.
A turma concordou, e no dia o menino entrou 

em sala dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:
- Sabe turma eu entendo vocês,
na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:
- Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava roupa para fora, eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade...
A turma estava em silencio atenta a tudo .
O menino continuou: além de mim, haviam 

mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos,
outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.
Silêncio total em sala.
-... Foi aí que não sei como, a nossa casa 

que era muito simples, feita de madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu
irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira,
pegavam fogo e estava muito quente...
Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chama.
Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali,
não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha, eu via minha mãe gritar:
- " Minha filhinha está lá dentro!"
Vi no rosto de minha mãe o desespero, o horror e ela gritava, mas aquelas pessoas não 

deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...
Foi aí que decidi.
Peguei meu irmão de 2 anos que estava em 

meu colo e o coloquei no colo do meu
irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar.
Saí de entre as pessoas, sem ser notado e quando perceberam eu já tinha entrado na casa.
Havia muita fumaça, estava muito quente,
mas eu tinha que pegar minha irmãzinha.
Eu sabia o quarto em que ela estava.
Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito...
Neste momento vi caindo alguma coisa,
então me joguei em cima dela para protegê-la,
e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto...
A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada então o menino continuou:
Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, 

mas tem alguém lá em casa que acha
linda e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha me beija
porque sabe que é marca de AMOR.
Vários alunos choravam,
sem saberem o que dizerem ou fazerem,
mas o menino foi para o fundo da classe e imovelmente sentou-se.
Para você que leu esta história,
queria dizer que o mundo está cheio de CICATRIZ.
Não falo da CICATRIZ visível mas das cicatrizes que não se vêem,
estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas,
seja com palavras ou nossas ações.
Há aproximadamente 2000 anos JESUS CRISTO,
adquiriu algumas CICATRIZES em suas mãos, seus pés e sua cabeça.
Essas cicatrizes eram nossas,
mas Ele, pulou em cima da gente,
protegeu-nos e ficou com todas as nossas CICATRIZES..
Essas também são marcas de AMOR.
QUE O PAI CELESTIAL TAMBÉM TE ABENÇÕE

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

AMIZADE



Amizade
Ergueste-me na caminhada...
- Deste-me guarida no afeto santo
do teu coração...
- Advertiste-me fraternalmente nas
passadas equívocas...
- Acompanhaste-me nas sombrias noites
da desesperação...
- Choraste e abraçaste-me quando, alucinado,
entrevi a desesperança e o teu testemunho
de solidariedade foi-me a confirmação da
presença divina socorrendo-me nas lágrimas...
- Não descuraste do pão à minha mesa...
- Não relegaste o meu coração à solidão
fria das longas horas da doença indomável...
- Jamais perdeste a oportunidade do conselho
amigo, intentando dirigir-me à ação nobre...
- Por tudo isto te sou grato...
O interlocutor, ante o desvelar de tanta
afeição e reconhecimento,asseverou:
- Para mim, isto nenhum desforço representou
amigo, desde quando,expressa o carinho do
meu coração pela tua existência. E, em nome
deste sentimento, digo-te que o meu silêncio
é a melhor resposta às tuas efusões...
- Sim, bem sei. É por isto que Deus te
colocou na Terra para alentar o caminho
dos homens, sacramentando-te com o sublime
nome de Amizade.

O VIAJANTE ...

 
 
"Certa vez um viajante perdeu-se na floresta 
e atônito e sozinho ao cair da noite saiu rapidamente a procura de um abrigo.
Encontrou uma pequenina casa onde vivia um velho.
Explicou sua situação e o velho gentilmente ofereceu sua casa para que ele lá pernoitasse.
Quando entrou, o viajante colocou a mala no chão e intrigado, surpreendeu-se com o tamanho da construção.
Naquela diminuta casa, além
de um velho  fogão a lenha, 
só havia uma cama, uma mesa e uma cadeira além de poucos utensílios.
Sem esconder a indignação, o viajante perguntou ao velho se ele realmente vivia ali mesmo.
O velho indo além da pergunta, respondeu que não precisava de mais nada do que realmente ele tinha.
O viajante porém, curioso insistiu em saber como ele se virava com pouquíssimas coisas.
O velho apontou para aquela mala no chão e disse que ele deveria saber pois também tinha poucas coisas.
- Ah... mas eu estou aqui só de passagem... sorriu o viajante, muito lógico.
E o velho com toda a sabedoria respondeu-lhe:
- Eu também!..."
"Deus nos concede a cada dia 
uma página nova no livro da Vida. Aquilo que colocarmos nela corre única e exclusivamente por nossa conta !..."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SEMENTES


A neve e as tempestades
matam as flores,
mas nada podem
contra as sementes.
Khalil Gibran

MULHERES


BATE CORAÇÃO





Hoje sei a grandeza que é viver...
O amor que trago no peito bate
com tanto respeito pela vida 
que suas batidas ultrapassam
o limite do meu entendimento. 

Precisei ter coragem
para entregar meu coração
a este amor tão profundo...
Que a cada dia consome 
cada gota deste sangue meu.

Irrigou minha vida...
Resgatou minha essência,
abriu meus olhos,
ergueu meus braços
e a cada segundo me faz voar
gritando sempre em alto e bom som...

Não tenho medo de AMAR...
BATE CORAÇÃO!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

OH! QUE SAUDADES...


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Casimiro de Abreu

MULHER...


"(...)mesmo se
às vezes me esforço,
não sou, nem devo ser,
a mulher-maravilha,
mas apenas uma pessoa:
Vulnerável e forte,
incapaz e gloriosa,
assustada e audaciosa
- uma mulher."

Lya Luft

costurando sonhos



COSTURANDO SONHOS
Há muito tempo Ela costura alguns sonhos
A máquina de costura empoeirada Os retalhos espalhados As sobras de estórias De tantas vidas preciosos restos
Muitas memórias O nobre ofício da costura Alinhavando pensamentos e costurando sonhos.

SAUDADES.....



Janela aberta é saudade.
Quem se debruça sobre ela
Sabe e sente
Que tem olhos no passado
E o corpo no presente.








As janelas são nosso presente
e nosso passado.

Mesmo quando estão vazias,
enfeitam-se com as paisagens
de nossas lembranças.
jjLeandro

CAMINHOS



"Vou olhar os caminhos,
o que tiver mais coração
eu sigo."
¬ Caio F. Abreu ¬

GUARDADOS







Como quando se tira um vestido velho do baú
Um vestido que não é para usar, só para olhar.
Só para ver como ele era...
Depois a gente dobra de novo e guarda.
Mas não se cogita em jogar fora ou dar.
Acho que saudade é isso

Lygia Fagundes Telles

SAUDADES


Saudadeک

Eu só queria que
todos nossos instantes,
se prolongassem feito eternidade...
Para nunca nenhum de nós,
sentir um pelo outro,

...Saudade...

_Maxuel Scorpiano _